Seguranças suspeitos de matar adolescente que pegava manga em árvore no PR
usaram câmeras de monitoramento de prefeitura para localizar vítima, diz polícia
Luís Fernando Chiarentin, de 14 anos, foi morto no fim de 2024. Suspeitos
atuavam em empresa terceirizada da Prefeitura de Medianeira, segundo a polícia.
Prefeitura diz que colabora com investigação.
Luís Fernando Chiarentin tinha 14 anos e foi morto no Paraná; quatro
suspeitos são procurados — Foto: Arquivo pessoal
Os quatro seguranças suspeitos de matar o adolescente Luís Fernando Chiarentin,
de 14 anos, no momento em que ele e outros dois amigos pegavam manga em árvore, usaram
câmeras de monitoramento da Prefeitura de Medianeira para localizar
a vítima na data do crime, informou ao DE a Polícia Civil:
> “Os autores eram funcionários de uma empresa que presta serviço para a
> prefeitura municipal e usaram das câmeras de monitoramento para localizar o
> adolescente”, disse a polícia em nota.
O crime que vitimou o adolescente ocorreu em 27 de dezembro de 2024.
Segundo a polícia, Luís e outros dois amigos colhiam mangas em um pé quando foram
surpreendidos pelos quatro suspeitos. Um deles, segundo a polícia, chegou
armado, impedindo a saída dos menores.
Enquanto isso, os outros suspeitos, com bastões, agrediram os adolescentes. Uma
das vítimas conseguiu fugir, já Luís e o outro amigo foram atingidos pelos
golpes. Fotos dos quatro suspeitos foram divulgadas pela polícia dias após o
crime.
Josemar Ribeiro foi preso na última quinta-feira (13), em Santa Catarina. Os outros três suspeitos, permanecem foragidos. São eles:
– Jonatan Cremonezi Gomes dos Santos
– Gustavo Alves Rodrigues
– Adlas Alisson Rodrigues Paula
Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelos telefones 197 da PCPR, 181 do
Disque-Denúncia ou (45) 3264-2324 (Whatsapp) diretamente à equipe de
investigação. Veja fotos individuais dos suspeitos mais abaixo.
Polícia divulga fotos de suspeitos de matarem adolescente de 14 anos no
Paraná — Foto: Polícia Civil/PR
A polícia afirma que o crime não tem ligação com o fato do adolescente e outros
dois amigos estarem tirando frutas em terreno particular e sim por
“desentendimentos anteriores”. Leia mais abaixo.
Em nota, a Prefeitura de Medianeira informou que desde o início das
investigações auxilia as forças de segurança e que forneceu imagens do circuito
de vídeo monitoramento da cidade à Polícia Civil.
A nota diz ainda que o município não foi informado sobre nenhum uso irregular da
Central de Monitoramento e que não foi informado formalmente sobre a autoria ou
identificação dos suspeitos.
O DE questionou a administração
municipal se a empresa terceirizada continua prestando serviço à cidade e se foi
aberta alguma apuração interna sobre o caso, porém a prefeitura não respondeu
aos questionamentos.
Josemar Ribeiro, um dos quatro seguranças apontados pela Polícia Civil de
Medianeira, no oeste do Paraná, como suspeitos pela morte de Luís, foi preso na quinta-feira (13) em Concórdia, Santa Catarina.
Em nota, o advogado Leandro Chibiaqui, que atua na defesa de Josemar, informou
que na quinta (13), o suspeito passava por Santa Catarina e se dirigia ao Paraná
para se apresentar com o advogado na Polícia Civil de Medianeira, porém o carro
dele foi parado e por estar foragido, acabou preso.
A defesa informou ainda que devido à “preocupação da defesa com a sua
integridade física” que encaminhou um pedido ao juízo da comarca de Medianeira
e de Concordia para que mantenha Josemar preso no estado de Santa Catarina e que
o mesmo possa ser ouvido por videoconferência.
Confiamos no trabalho da Justiça e reafirmamos o compromisso com a elucidação
dos fatos”, finaliza nota.
O DE tenta identificar a defesa dos
outros três suspeitos.
Os suspeitos devem ser indiciados por homicídio qualificado por emboscada,
motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima e por tentativa de homicídio
contra o outro adolescente, que ficou ferido. Segundo a Polícia Civil, o inquérito
ainda não foi concluído.
O delegado de Polícia Civil Denis Merino afirmou à época do crime que as
agressões que levaram à morte o adolescente foram premeditadas.
O delegado Denis explicou que no decorrer da investigação ficou evidenciada a
possível motivação do crime brutal por ‘desentendimentos anteriores’.