Seis servidores ambientais na Bahia são presos por receberem R$ 16,5 milhões em propina

Seis servidores e ex-funcionários do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) foram presos nesta sexta-feira, 19, por suspeita de envolvimento em um esquema de propina que totaliza R$ 16,5 milhões. A Operação Ceres, conduzida pelo Grupo de Atuação de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), investiga a concessão ilegal de licenças ambientais e autorizações de supressão de vegetação entre 2019 e 2023.

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em várias cidades baianas, incluindo Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas, Guanambi e Riacho de Santana, onde um dos alvos possuía uma mansão. Os envolvidos são suspeitos de cobrar propinas para facilitar a emissão de licenças ambientais de forma ilícita.

A maior parte dos pagamentos de propina foi realizada por fazendeiros e empresas do setor rural do oeste da Bahia, através de depósitos bancários nas contas dos investigados. Os suspeitos enfrentam acusações de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Como medidas cautelares, foram determinadas a suspensão dos bens dos investigados e a suspensão das funções de um técnico do Inema. Os materiais apreendidos durante a operação serão analisados pelos promotores de Justiça para dar continuidade às investigações.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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