“Sejamos responsáveis”, conclama Caiado ao pedir que população mantenha vacinação em dia

O governador Ronaldo Caiado voltou a conclamar a população goiana a se vacinar, na manhã desta segunda-feira, 11, durante a inauguração das novas instalações do Centro de Mídias do programa GoiásTec, em Goiânia.

Durante o evento, que marcou ainda o lançamento da campanha de matrículas para o período 2025/1 na rede estadual de ensino, o governador cobrou que os pais tenham responsabilidade e garantam a devida imunização de crianças e adolescentes.

“Faço um pedido encarecido a vocês. Sejamos responsáveis. Não é possível, que nós brasileiros, que sempre fomos referências, estarmos distantes de vacinar todas as nossas crianças. Por favor! Eu sou médico, então não acreditem nessas opiniões totalmente fora de contexto da ciência, em dizer que a pessoa, ao se vacinar, terá uma coisa ou outra. Que absurdo! Cada pai deve responder pela saúde de seus filhos”, reforçou Caiado, ao destacar o aumento de casos e óbitos de doenças evitáveis por vacina no estado.

Vacinação contra influenza

Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) mostram crescimento dos registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) por Influenza. Em 2023, foram 608 casos – a maioria deles entre idosos (133) e crianças de 0 a 9 anos (273) – e 68 óbitos de Srag por Influenza.

Em 2024, já são 768 casos, o que representa um salto de 26% em relação ao ano passado. Faltando 50 dias para o fim do ano, Goiás já contabiliza 100 óbitos por Srag/Influenza, um aumento de 47% na comparação com todo o ano de 2023. Deste total de óbitos, nove foram entre crianças de 2 a 9 anos.

Mesmo com os números preocupantes, a vacinação contra a gripe no estado ainda caminha a passos lentos, com cobertura de apenas 46% em 2024. No ano passado, a cobertura para a vacina de influenza fechou o ano em 60%, número também abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde de 90%.

“Não é possível Goiás ter pouco mais de 45% da população com cobertura vacinal. Isso aí atrapalha a evolução da criança, como também a educação”, pontuou.

A vacina contra influenza é ofertada em forma de campanhas todos os anos para garantir proteção contra as complicações do vírus da gripe, tendo como um dos principais grupos prioritários crianças e idosos.

Em 2024, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza teve início em 25 de março. Desde o dia 30 de abril, contudo, o imunizante está disponível para toda a população acima de 6 meses. O estado possui mais de 900 salas de vacinação espalhadas pelos 246 municípios goianos e todas estão abastecidas com a vacina da gripe.

Pneumonia

Entre os meses de janeiro e outubro de 2024, 717 crianças, entre 0 e 12 anos, precisaram de internação em leitos da SES por complicações relacionadas à pneumonia. A cobertura vacinal para a Pneumo 10, vacina contra a doença prevista no Calendário de Vacinação, aumentou neste ano, saindo de 70,32% em 2023 para 81,29% em 2024.

Mesmo assim, o número também está abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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