Sem cuidados, quarta-feira de cinzas pode chegar antes do esperado

Nutricionista dá dicas sobre alimentação e orientação sobre o que comer e o que evitar durante os próximos dias de folia

Após dois anos sem as tradicionais festas de carnaval, ou realizadas com restrições, em 2023 tem muito folião com energia para gastar nos próximos dias. Mas essa animação toda não é motivo para nos esquecermos da saúde, principalmente a alimentar.

E nessa agitação em que as pessoas mudam sua rotina e passam muito tempo na rua, pulando e dançando debaixo de sol e chuva, o grande desafio é se manter saudável e nutrido para cair na folia. E é aí que mora o perigo, segundo explica a nutricionista clínica Ieda Fazani, que atende no Órion Complex, em Goiânia. “Devemos pensar de forma simples e consciente evitando os excessos e tudo aquilo que pode causar prejuízo a nossa saúde”, alerta a especialista.

A desidratação, a intoxicação alimentar e o coma alcoólico são as ocorrências mais frequentes nos serviços de atendimento de urgência à saúde. Todos são ocasionados por escolhas erradas na hora de aliar alimentação e bebidas no período da folia. Para que sua quarta-feira de cinzas não chegue mais cedo do que devia, confira a seguir algumas dicas simples, mas fundamentais, dadas pela especialista.

O que comer?

Nesses dias de folia o ideal é que as pessoas comam alimentos ricos em fibras como pães e biscoitos integrais e carboidratos como verduras e legumes. “Outra dica é comer frutas com casca, que são ricas em vitaminas e minerais e, ao mesmo tempo, são fonte de energia de rápida absorção pelo organismo”, orienta a nutricionista.

O que devo evitar?

Os foliões devem evitar aqueles alimentos em que o organismo precisa de mais tempo para fazer digestão. “Durante os dias de festa, evite comidas muito gordurosas, como feijoada, frituras, embutidos e principalmente churrasco em excesso, além daqueles alimentos que possuem muito açúcar”, esclarece Ieda Fazani.

Se beber, coma também

O consumo de bebida alcoólica durante o carnaval para a maioria dos foliões é algo quase que inevitável. Portanto, se for beber, não descuide da alimentação, essa é outra dica da nutricionista Ieda.

Ela explica que o álcool é o que os nutricionistas chamam de caloria vazia, ou seja, sem valor nutricional adequado. Consumir bebida alcóolica com estômago vazio propicia uma agressão maior à mucosa do estômago. “Se a pessoa tiver facilidade para ter uma gastrite, que é um ferimento na base do estômago, essa doença será desencadeada com facilidade causando uma ferida no orgão”, exemplifica a especialista.

A nutricionista chama atenção para o fato que comer e beber é melhor não só pela questão da proteção do estômago, mas, por outros fatores “O ideal é manter o estômago protegido com algum sustento, evitando também que haja alteração da glicemia, pois, para metabolizar o álcool, o corpo gasta muita energia e a nossa principal fonte de energia é a glicose, obtida por meio da alimentação”, explica Ieda.

Olha, olha a água mineral

Todos sabemos que beber água é um passo básico, essencial para manter o funcionamento do corpo e, se tratando desses longos dias festivos, o primordial é deixar o corpo sempre bem hidratado. “Um adulto de alta ou média estatura, deve ingerir pelo menos de dois a três litros de água por dia. Nessa agitação do carnaval é importante evitar bebidas adoçadas e gaseificadas, como os refrigerantes. Prefira sempre a tradicional água ou os sucos naturais”, sugere a nutricionista.

Quarta-feira de cinzas e do detox

Depois de quatro dias de folia, mesmo que você tenha se cuidado, a sensação de ressaca pode vir na quarta-feira de cinzas. Em relação à alimentação detox, a nutricionista conta que geramos radicais livres em nosso metabolismo durante todo o tempo, mas sob estresse de uma alimentação irregular e ingestão de bebidas alcoólicas o corpo sofre muito.

Ieda fala que o melhor detox contra a ressaca é a ingestão de muita água, que é o que irá ajudar o fígado a metabolizar a bebida em excesso. “O equilíbrio será sempre o melhor, uma alimentação com fibras suficientes para massagear o intestino com água e proteína, sem exagero de carboidratos e gorduras”, orienta a nutricionista.

Mas, se além de combater a ressaca, você quiser buscar uma sensação de bem-estar, Ieda Fazani apresenta uma receitinha simples. “Água de coco, adicionada de frutas vermelhas; ou água de coco, abacaxi e limão que são excelentes para um detox hidratante”, sugere.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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