Semana Santa da Cidade de Goiás conta com Procissão do Fogaréu e conscientização da violência no país

Tradição na Cidade de Goiás desde 1745, o ritual de Procissão do Fogaréu simboliza a procura e a prisão de Cristo, que depois foi crucificado. Cerca de 40 homens encapuzados, os farricocos, representam os soldados romanos carregando as tochas enquanto um coro entoa cantos em latim.

Às 17 horas, acontece o Fogareuzinho, em frente ao Museu das Bandeiras, na Praça do Chafariz, que promove a interação das crianças com a data. A Missa do Crisma acontece às 19 horas na Catedral de Santana e 20:30 tem a encenação da Via Sacra na Praça do Coreto. Na peça, um grupo de jovens apresenta as últimas horas da vida de Jesus, quando ele foi preso, levado diante do rei e sua morte na cruz.

A Igreja Nossa Senhora da Boa Morte é o ponto de partida do Fogaréu, quando, à meia-noite, as luzes da cidade se apagam e o som da marcha percussiva corta o silêncio. Parte do centro histórico fica iluminado apenas pelas tochas dos 40 farrico­cos e dos participantes do evento.

Neste clima de perseguição da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, a procissão passa brevemente pela Praça do Coreto e segue em direção a Igreja Nos­sa Senhora do Rosário.

Finalizado o toque de silêncio, o bispo da diocese de Goiás, Dom Eugênio Ri­xen, faz tradicionalmente uma pales­tra sobre o tema da Campanha da Fraternidade, que neste ano aborda a Superação da Violência com o lema: “Somos Todos Irmãos”. “O problema da violência atualmente no Brasil é algo muito sério. Estamos vendo a situação em que o Rio de Janeiro se encontra e também muito disso em Goiânia. São 60 mil homicídios por ano no país e 50 mil mortos nas estradas em acidente, geralmente jovens. Escolhemos esse tema para refletir sobre o assunto. A própria morte de Jesus se conecta com isso, então é muito importante relembrar”, explica o bispo.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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