Tradição na Cidade de Goiás desde 1745, o ritual de Procissão do Fogaréu simboliza a procura e a prisão de Cristo, que depois foi crucificado. Cerca de 40 homens encapuzados, os farricocos, representam os soldados romanos carregando as tochas enquanto um coro entoa cantos em latim.
Às 17 horas, acontece o Fogareuzinho, em frente ao Museu das Bandeiras, na Praça do Chafariz, que promove a interação das crianças com a data. A Missa do Crisma acontece às 19 horas na Catedral de Santana e 20:30 tem a encenação da Via Sacra na Praça do Coreto. Na peça, um grupo de jovens apresenta as últimas horas da vida de Jesus, quando ele foi preso, levado diante do rei e sua morte na cruz.
A Igreja Nossa Senhora da Boa Morte é o ponto de partida do Fogaréu, quando, à meia-noite, as luzes da cidade se apagam e o som da marcha percussiva corta o silêncio. Parte do centro histórico fica iluminado apenas pelas tochas dos 40 farricocos e dos participantes do evento.
Neste clima de perseguição da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, a procissão passa brevemente pela Praça do Coreto e segue em direção a Igreja Nossa Senhora do Rosário.
Finalizado o toque de silêncio, o bispo da diocese de Goiás, Dom Eugênio Rixen, faz tradicionalmente uma palestra sobre o tema da Campanha da Fraternidade, que neste ano aborda a Superação da Violência com o lema: “Somos Todos Irmãos”. “O problema da violência atualmente no Brasil é algo muito sério. Estamos vendo a situação em que o Rio de Janeiro se encontra e também muito disso em Goiânia. São 60 mil homicídios por ano no país e 50 mil mortos nas estradas em acidente, geralmente jovens. Escolhemos esse tema para refletir sobre o assunto. A própria morte de Jesus se conecta com isso, então é muito importante relembrar”, explica o bispo.