Senado aprova proteção de crianças na internet

Senado Aprova Proteção de Crianças Online

Na quarta-feira, 27, a Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD) do Senado Federal aprovou, em dois turnos de votação, o projeto de lei (PL 2.628/2022) que visa proteger crianças e adolescentes em ambientes digitais. Este projeto, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), foi aprovado na forma do substitutivo apresentado pelo relator, o senador Flávio Arns (PSB-PR).

O projeto determina que todos os produtos e serviços de tecnologia, incluindo redes sociais, aplicativos, sites, jogos eletrônicos, softwares e serviços virtuais, criem mecanismos para verificar a idade dos usuários. Além disso, impõe a supervisão do uso da internet pelos responsáveis legais e obriga provedores de internet e fornecedores de produtos a criar sistemas de notificação de abuso sexual.

De acordo com o relator, Flávio Arns, o uso da internet entre crianças brasileiras é amplamente disseminado. Uma pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) revelou que 24% das crianças tiveram o primeiro contato com a internet antes dos seis anos de idade, e 75% antes dos 12 anos.

O projeto original proibia a criação de contas em redes sociais por crianças menores de 12 anos, mas o relator alterou o texto para permitir a criação de contas vinculadas a contas ou perfis de um dos responsáveis legais.

Os provedores de internet e fornecedores de produtos ou serviços de tecnologia da informação devem implementar sistemas que permitam relatar conteúdos de exploração e abuso sexual infantil detectados a autoridades nacionais e internacionais. Eles também devem remover conteúdo que viole direitos de crianças e adolescentes assim que receberem denúncia, vedada a anônima, sem aguardar por ordem judicial.

Além disso, os provedores e fornecedores devem reter, por prazo a ser estabelecido em regulamento, os dados associados ao relatório de conteúdo de exploração e abuso sexual infantil. O texto prevê que os controladores de produtos e serviços tecnológicos realizem todos os esforços possíveis para verificar que o consentimento para coleta e tratamento de dados foi realizado pelos responsáveis do menor de idade.

Fica proibido condicionar a participação de crianças e adolescentes em jogos e aplicativos ao fornecimento de mais dados pessoais do que aqueles estritamente necessários à atividade. A proposta também prevê punições como advertência, suspensão e proibição dos serviços, além de multas que podem chegar a 10% do faturamento da empresa no ano anterior ou de R$ 10 até R$ 1 mil por usuário cadastrado, com valor máximo de R$ 50 milhões por infração.

As arrecadações serão destinadas para políticas do Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente. Segundo o senador Flávio Arns, “Precisamos pensar na proteção da criança e do adolescente em ambientes digitais. Essa é uma área muito dinâmica, por isso a necessidade de colocar os termos gerais de proteção, para que aqueles que se encaixam nas regras que forem definidas cumpram o que está escrito.”

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Empresas do agronegócio em Goiás suspeitas de sonegar R$ 500 mi em impostos

Empresas do agronegócio com faturamento de R$ 2 bilhões são suspeitas de sonegar
R$ 500 milhões em impostos

Empresas simulavam a fabricação de ração animal para obter isenção fiscal,
segundo a Receita Estadual. Mais de 70 empresas são investigadas.

DE de 3 Empresas do agronegócio são suspeitas de sonegar R$ 500 milhões em
impostos em Goiás — Foto: Divulgação/Receita Estadual

Empresas do agronegócio são suspeitas de sonegar R$ 500 milhões em impostos em
Goiás — Foto: Divulgação/Receita Estadual

73 empresas do agronegócio são suspeitas de sonegar R$ 500 milhões em Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em diversas cidades de Goiás. De acordo com a Receita Estadual,
a operação identificou que a sonegação aconteceu neste ano. As empresas, que
faturaram R$ 2 bilhões, simulavam a fabricação de ração animal para obter
isenção fiscal.

“Foi constatado que 100% dessas empresas nunca fabricaram um grão de ração. Elas
se autodeclaravam de forma falsa e utilizavam um benefício, promovendo
concorrência desleal com todos os outros contribuintes do estado que pagam seus
impostos regularmente”, explicou Gabriela Vitorino, superintendente de
fiscalização regionalizada da Receita Estadual.

DE não localizou a defesa das empresas até a última atualização desta reportagem.

As informações sobre a operação “Fora do Mapa” foram divulgadas à imprensa nesta
quinta-feira (28) em coletiva de imprensa na Secretaria de Estado da Economia. A
investigação começou no início do ano, após uma vistoria em que uma das empresas
simulou a produção de ração, conforme explicou a superintendente.

“Colocaram uma máquina pequena, jogaram alguns sacos de grãos no local e
alegaram que estavam produzindo ração. Detectamos que a máquina nunca havia sido
utilizada, e isso nos alertou para esse problema que o estado vinha
enfrentando”, detalhou Gabriela.

LEIA TAMBÉM:

* Empresários do ramo de venda de ouro se tornam réus por sonegação de R$ 790
milhões em impostos
* Operação prende empresários suspeitos de sonegar impostos e causar prejuízo
de R$ 250 milhões
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DE não localizou a defesa das empresas até a
última atualização desta reportagem. Com base nisso, a Receita Estadual realizou um levantamento das empresas
cadastradas como fabricantes de ração animal, o que revelou o esquema criminoso.
Gabriela Vitorino informou que 40% das empresas investigadas estão localizadas
em Goiânia e Rio Verde (confira a lista completa no
decorrer da reportagem).

Veja informações de como o crime acontecia, segundo a Receita Estadual:

* O contribuinte realizava um cadastro na Secretaria de Estado da Economia, e a
Receita Estadual recebia as informações declaradas pelo próprio contribuinte.
* O contribuinte se autodeclarava fabricante de ração animal em seu código de
atividade, o que lhe permitia usar o benefício fiscal oferecido pelo governo
para não pagar o ICMS.
* Ao se autodeclarar fabricante de ração, o contribuinte conseguia oferecer
valores menores na venda de grãos para os produtores.

DE, as empresas investigadas foram identificadas pelas
delegacias regionais de fiscalização das seguintes cidades: Goiânia, Rio Verde,
Morrinhos, Jataí, Itumbiara, Goiás, Catalão, Porangatu, Formosa, Anápolis e Luziânia.

O QUE PODE ACONTECER COM AS EMPRESAS?

A Receita Estadual informou que está realizando mais vistorias para confirmar a
fraude e encaminhará o caso à Polícia Civil para a abertura de inquéritos.
Gabriela Vitorino destacou que as empresas podem responder por falsidade
ideológica e que também cometeram crime contra a ordem tributária.

A superintendente explicou que, além da esfera criminal, as empresas também
podem ser responsabilizadas na esfera tributária. “Nosso objetivo é desdobrar
toda essa operação e garantir a punição de todos os envolvidos. Aplicaremos
todas as infrações tributárias cabíveis e vamos buscar recuperar esses R$ 500
milhões de ICMS sonegados”, afirmou.

Gabriela Vitorino também explicou que, após as vistorias, é aberto um processo
para solicitar a suspensão do CNPJ da empresa.

ALERTA

A superintendente da Receita explicou que o requisito básico para uma empresa
ser considerada fabricante de ração é a inscrição no Ministério da Agricultura e
Pecuária. Caso a empresa não possua essa inscrição, ela não pode ser
classificada como fabricante de ração. Gabriela alertou os produtores e a
população sobre os riscos de comercializar com esse tipo de empresa.

“Se alguém chegar te oferecendo para comprar o seu grão por um valor superior ao
do mercado, você precisa consultar se realmente essa empresa tem a inscrição no
Ministério. Se você realiza essa operação, você desequilibra todo o estado. Nós
precisamos defender a nossa arrecadação, proteger o estado e garantir uma
concorrência justa. Alguns não pagam impostos, enquanto outros pagam, e isso
desequilibra o mercado”, finalizou.

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