Senador de Roraima é acusado de assédio pela própria filha

O parlamentar está em busca da reeleição ao Senado

O senador Telmário Mota (Pros), que busca a reeleição em Roraima, recebeu uma acusação da própria filha. Segundo a adolescente de 17 anos, o parlamentar tentou tirar a roupa dela e a tocou nas partes íntimas durante um passeio no Dia dos Pais. Em nota oficial, o acusado afirmou se tratar de mentiras e formas de perseguição política, além de atribuir o comportamento da filha a um “grave distúrbio psicológico”.

A acusação contra o senador de Roraima

Em entrevista ao g1, a adolescente contou a sua versão do que aconteceu no último domingo, 14, durante o Dia dos Pais. Segundo ela, seu pai Telmário Mota a buscou na faixa das 19h, para que ambos pudessem dar um passeio juntos. Logo nos primeiros minutos, a jovem percebeu que o homem estava sob efeito de álcool.

Durante o caminho, a adolescente declarou que o pai tentou tirar a sua roupa e a tocou nas partes íntimas. Eles pararam em uma distribuidora de bebidas e Telmário ordenou que ela bebesse cerveja. A sua filha segurou a garrafa e fingiu beber, por medo de represálias.

Eles foram até a casa do namorado da adolescente, e ela pediu socorro quando Telmário foi ao banheiro. No entanto, quando o pai a mandou ir embora com ele, a jovem foi porque o político “sempre anda armado”, segundo a mesma. Na metade do caminho para uma suposta reunião de trabalho de Telmário, a jovem recebeu a ligação de uma amiga.

De acordo com a filha, Telmário havia tirado o celular das mãos da adolescente para que ela não pudesse entrar em contato com ninguém. No entanto, a deixou atender a ligação, depois da jovem afirmar que era a sua mãe ligando. Depois disso, Telmário concordou em deixá-la na casa do namorado.

Repercussões da ocorrência

A adolescente registrou um boletim de ocorrência na mesma noite, com o auxílio da família do namorado e também da mãe. Embora Telmário seja casado há 30 anos com uma médica, a filha que o acusou é fruto de um relacionamento com outra mulher.

A Polícia Civil está investigando o caso de possível estupro de vulnerável envolvendo o senador de Roraima. A juíza Graciete Sotto Mayor Ribeiro, da Vara de Crimes Contra Vulneráveis, concedeu uma medida protetiva em favor da filha. A medida proíbe Telmário de se aproximar da adolescente e da família, devendo manter distância de 500m.

Em sua defesa, Telmário Mota afirmou que “o suposto boletim de ocorrência” tem “acusações gravíssimas, mentirosas, absurdas, rasteiras e levianas”Ele mencionou também perseguição política e lamentou o fato de usarem a sua filha, que tem graves distúrbios psicológicos e já tentou tirar a própria vida, contra ele.

Segundo a jovem, no entanto, as suas terapias tinham relação apenas com crises de ansiedade, para ajudá-la a ficar menos nervosa antes de competições, exames e provas.

Telmário Mota foi eleito em 2014 como senador de Roraima. Quatro anos depois, tentou a eleição para governador do estado, mas não chegou a disputar o segundo turno. Em 2016, uma jovem de 19 anos o acusou de agressão, mas depois retirou a queixa e mudou duas vezes a própria versão dos fatos.

Neste ano, o parlamentar busca se reeleger ao Senado por Roraima. Após as acusações contra Telmário, o seu suplente Marcus Holanda, ex-presidente nacional da sigla, renunciou ao cargo.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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