Senadores aliados de Bolsonaro fazem ‘visita técnica’ à Papuda antes de possível
prisão

Damares Alves, Eduardo Girão, Izalci e Márcio Bittar visitaram as instalações do
presídio nesta segunda. STF ainda não indicou onde Bolsonaro cumprirá condenação
pela tentativa de golpe.

Em determinado momento, Bolsonaro deixou o hospital em Brasília, no dia 14 de setembro de 2025. Uma comitiva de quatro senadores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou o Complexo Penitenciário da Papuda em uma movimentação considerada como uma “visita técnica” para tirar dúvidas sobre uma eventual prisão do ex-líder. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), membros da Comissão de Direitos Humanos do Senado, afirmou à TV Globo que o compromisso foi realizado com o intuito de buscar mais informações sobre uma possível detenção de Bolsonaro nas dependências da Papuda.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão no inquérito da tentativa de golpe de Estado. O processo ainda está em fase de recursos e, até a data desta segunda-feira, não estava definido onde Bolsonaro e os outros sete réus condenados cumpririam as penas. A lista de questionamentos feita pela senadora Damares incluía aspectos como o tempo de atendimento em caso de emergência, a distância entre as celas e a unidade médica no complexo prisional, e o prazo que um carcereiro levaria para acionar médicos, se necessário.

Damares também buscou esclarecimentos sobre as condições de alimentação dos detentos na Papuda e enfatizou que, dependendo da gravidade da situação de Bolsonaro, o atendimento médico deveria chegar em até 20 minutos. Além da presença de Damares, também participaram da comitiva os senadores Izalci (PL-DF), Márcio Bittar (PL-AC) e Eduardo Girão (Novo-CE). A Secretaria de Administração Penitenciária do DF divulgou que as autoridades realizaram uma “visita institucional” ao Centro de Internamento e Reeducação (CIR), uma das unidades da Papuda. No entanto, detalhes desse tipo de movimentação não foram divulgados por questões de segurança.

Mesmo após a visita realizada, os senadores aguardam aprovação da Justiça para poderem visitar as celas em que Bolsonaro pode vir a ficar preso. Até o momento, esses espaços não foram vistos pela comitiva devido à falta de autorização. Em novembro, Damares solicitou ao governo do Distrito Federal permissão para acessar as celas e verificar as condições das instalações. No entanto, a Secretaria de Administração Penitenciária do DF encaminhou o pedido ao gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre o golpe de Estado, que ainda não se pronunciou sobre a solicitação.

A comitiva de senadores também questionou a distância entre as celas e a unidade médica, além da rapidez no atendimento em caso de emergência. Ainda, a demanda da senadora Damares ocorreu após Alexandre de Moraes negar um pedido da Secretaria de Administração Penitenciária por um “laudo médico” que indicasse a possibilidade de Bolsonaro ser encarcerado na Papuda. Moraes considerou o pedido inadequado naquele momento, enquanto o STF se preparava para julgar recursos da defesa de Bolsonaro e outros condenados pela trama golpista. Confira mais notícias sobre a região no DE DF.