Senadores pedem CPI para investigar preços da Petrobras

O argumento da Petrobras é que informações detalhadas sobre a política de preço da empresa são sigilosas

Com 29 assinaturas, foi protocolado no Senado o pedido de instalação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a política de formação de preços da Petrobras. O anúncio foi realizado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Segundo a senadora, essa seria “uma CPI diferente”. Enquanto as CPIs na Casa, duram, em média, 180 dias, a da Petrobras teria funcionamento restrito, com vigência de 30 dias e nada de audiências públicas, como é de praxe.

O objetivo seria estudar a política de preços dos combustíveis e do gás de cozinha, além de analisar a política de desinvestimento da estatal. Para Vanessa, o governo não está resolvendo o problema do preço da gasolina nem do gás de cozinha, que continuam subindo.

“A única forma de acessarmos as reais informações, os dados verdadeiros e detalhados sobre a Petrobras é com o trabalho de uma comissão parlamentar de inquérito”, defendeu Vanessa.

A medida foi motivada pelas sucessivas negativas da estatal a requerimentos de informações solicitadas por senadores. Atualmente, os valores do diesel, do gás e da gasolina consideram a flutuação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.

O argumento da Petrobras é que informações detalhadas sobre a política de preço da empresa são sigilosas. O pedido conta com o apoio de senadores da base do governo como Marta Suplicy (MDB-SP) e Eduardo Braga (MDB-AM).

Resistência

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), sinalizou que não vai se empenhar na criação dessa CPI. Segundo ele, o melhor caminho é abrir a planilha da Petrobras, por meio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), afirmando que a CPI é um instrumento lento. Segundo Eunício, é preciso saber, por exemplo, se a planilha é justa se não há excessos e se os acionistas da Petrobras estão ganhando demais.

“Tudo isso não é o Congresso que tem fazer. O Congresso é um órgão fiscalizador que faz e muda leis. Nossa parte fizemos. Tudo aquilo com que nos comprometemos para acalmar os movimentos das ruas do ponto de vista das reivindicações, nós fizemos”, afirmou.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), também considera a CPI desnecessária. Segundo ele, essa discussão poderia resolvida por meio de audiência pública.

Tramitação

Para a comissão ser instalada, o pedido de criação ser lido primeiro no plenário da Casa. Depois, os parlamentares podem até a meia-noite do dia da leitura retirar assinaturas de apoio. Caso essas etapas sejam cumpridas e o mínimo de assinaturas, mantido, Eunício concederá prazo de cinco dias para que os líderes partidários indiquem nomes para compor a comissão.

(informações Agência Brasil)

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Bolsonaro pode apoiar Daniel Vilela em 2026

“Wilder não sabe se será o presidente do PL até lá. Eu vou apoiar para o governo de Goiás quem o Bolsonaro indicar”, afirma o vereador eleito em confronto com o senador.

Com a atenção voltada para a sucessão estadual de 2026, o vereador eleito de Goiânia, Major Vitor Hugo (PL), organizou um encontro entre o vice-governador Daniel Vilela (MDB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições municipais. A reunião surpreendeu a cúpula do PL em Goiás, que reagiu com um comunicado repudiando a ação de Vitor Hugo. Essa articulação, no entanto, lança dúvidas sobre a liderança do senador Wilder Morais, presidente do PL em Goiás, especialmente após a fraca performance do partido nas eleições municipais deste ano.

De acordo com Major Vitor Hugo, a reunião foi autorizada por Bolsonaro e abordou o cenário eleitoral tanto nacional quanto estadual. O vice-governador Daniel Vilela, que deverá assumir o governo em abril de 2026, se posiciona como um candidato natural para suceder o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O grupo governista saiu fortalecido das eleições municipais, tendo conquistado cerca de 200 prefeituras, além da expressiva popularidade de Caiado, que atingiu uma aprovação de 88%, conforme pesquisa Quaest divulgada recentemente.

Wilder Morais também se declarou pré-candidato ao governo de Goiás. No entanto, ao contrário de Vilela, o projeto eleitoral do senador enfrenta diversos obstáculos. “Essa definição, conforme a lei e o estatuto do PL, será tomada em julho de 2026, durante a convenção. Afirmar que é candidato com um ano e meio de antecedência é uma posição individual”, alertou Vitor Hugo em entrevista ao jornal O Popular.

“Wilder não sabe se será o presidente do PL até lá. Eu irei apoiar para o governo de Goiás quem o Bolsonaro indicar. Apoiarei também para o Senado quem o Bolsonaro indicar, assim como segui as suas orientações nas eleições deste ano”, enfatizou Major Vitor Hugo, sugerindo que as decisões eleitorais dentro do PL são predominantemente determinadas pelo ex-presidente.

A tensão no PL e a deterioração da liderança de Wilder Morais se refletem nos resultados das eleições municipais. O senador havia anunciado que o partido teria um desempenho robusto e sairia fortalecido para a sucessão estadual. Contudo, o resultado ficou muito aquém das expectativas, com apenas 26 prefeitos eleitos, menos da metade do que foi inicialmente projetado.

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