Senadores retiram assinatura de documento que pede impeachment de Moraes

Bolsonaro pede afastamento de Moraes de inquérito sobre golpe

Diversos senadores retiraram suas assinaturas do documento que pede abertura do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento, apresentado nesta segunda-feira, 9, conta com outras assinaturas de 153 deputados federais e de outros 1,5 milhões apoiadores.

O pedido foi entregue ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e é assinado por deputados federais e outros cidadãos. Senadores da oposição decidiram não assinar o documento, já que o mesmo será avaliado pelo Senado. No entanto, os políticos da oposição mostram apoio a decisão.

“A partir deste momento, começa a tramitar no âmbito Senado Federal o pedido de abertura de processo de impeachment contra um ministro do Supremo Tribunal Federal por crime de responsabilidade”, disse o senador Marcos Rogério (PL-RO), líder da Oposição no Senado.

A entrega do documento contou com participação dos senadores Rogério Marinho (PL-RN), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Marcos do Val (Podemos-ES), Eduardo Girão (Novo-CE), Jorge Seif (PL-SC), Magno Malta (PL-ES), Jaime Bagatolli (PL-RO), entre outros parlamentares.

Abuso de poder

O pedido de impeachment acusa Moraes de suposto abuso de poder como ministro do STF e desrespeito devido a processos legal nas decisões tomadas. No entanto, a iniciativa tem enfrentado resistência dentro do próprio Senado, com diversos senadores expressando publicamente sua discordância com o pedido e defendendo a atuação do ministro.

A pressão sobre os senadores que inicialmente apoiaram o impeachment tem se intensificado nos últimos dias, levando à retirada de assinaturas do documento. A incerteza sobre o futuro do pedido coloca em xeque a estratégia da oposição em relação ao governo Lula e ao próprio STF.

Entre as acusações estão inquéritos conhecidos, como o que investiga um grupo responsável pelo compartilhamento de fake news durante as eleições de 2018. No documento, é dito que o inquérito é considerado “inconstitucional pela Procuradoria-Geral da República, pois, além de ignorar princípios fundamentais, não possui fato específico ou investigado determinado, violando o sistema acusatório e as garantias constitucionais”.

Pacheco informou aos deputados e senador que encaminhará o documento para análise técnica da Advocacia do Senado. Ele sugeriu que o pedido também passasse pelo crivo da Mesa Diretoria e dos líderes partidários da Casa.

A oposição ameaça obstruir votações de projetos caso a petição não seja analisada. Rodrigo Pacheco será o responsável por definir se o documento dará seguimento ou não, podendo protocolar para que o Senado possa realizar votação.

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Lula impõe veto ao indulto de Natal para condenados do 8 de janeiro

Lula Impõe Veto ao Indulto de Natal para Condenados do 8 de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o indulto de Natal para os condenados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, marcando o segundo ano consecutivo em que o benefício é negado aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O anúncio foi feito na noite de 23 de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, destacando a firmeza do governo em lidar com esses crimes.

Além disso, o indulto não será concedido a condenados por abuso de autoridade e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva. O decreto também exclui aqueles condenados por crimes hediondos, tortura e violência contra a mulher, crianças e adolescentes. Integrantes de organizações criminosas, condenados em regimes disciplinares diferenciados e aqueles que fizeram acordos de colaboração premiada também estão fora do benefício.

Por outro lado, o indulto será concedido a gestantes com gravidez de alto risco, comprovada por laudo médico. Mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência também terão direito ao benefício, desde que comprovem ser essenciais para o cuidado de crianças até 12 anos com deficiência.

Saúde e condições especiais

O decreto prevê o perdão da pena para pessoas infectadas com HIV em estágio terminal, ou aquelas com doenças graves crônicas sem possibilidade de atendimento na unidade prisional. Pessoas paraplégicas, tetraplégicas, cegas e portadoras do espectro autista em grau severo também serão beneficiadas.

Este decreto reforça a posição do governo em relação aos atos antidemocráticos e crimes graves, enquanto oferece alívio a grupos vulneráveis. As pessoas contempladas pelo benefício terão, na prática, o perdão da pena e o direito à liberdade.

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