Sergio Moro e Mauro Vieira se “estranham” em rede social

Um comentário de Sergio Moro (União Brasil-PR) nesta segunda-feira, 16, sobre a relevância internacional do Brasil no cenário da Guerra no Oriente Médio acabou dando “pano para manga” no antigo Twitter, o X. Ao afirmar que o país não possui a capacidade “para fazer diferença” nesse conflito, o senador causou polêmica e provocou a reação inclusive do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O ex-juiz federal da operação Lava-Jato publicou a seguinte mensagem em sua conta: “O Brasil não tem relevância internacional suficiente para fazer qualquer diferença na guerra no Oriente Médio. A crise serve apenas para Lula exercitar a sua megalomania diplomática e para revelar o quanto a ideologia comprometeu a capacidade de parte da política brasileira de condenar atos terroristas”, disse o senador.

Por sua vez, o ministro rebateu Moro, destacando a importância do Brasil no cenário internacional. “O Brasil é o maior país da América Latina, o terceiro maior país de todo o continente americano, o quinto maior país do planeta. Nosso idioma é o quarto mais falado no mundo, e estamos entre os dez maiores produtores de petróleo. Como não tem relevância? Só na cabeça de quem não conhece o Brasil”, afirmou Vieira.

Desde o início do conflito em Israel, desencadeado após uma ofensiva do grupo terrorista Hamas, Sergio Moro tem se manifestado com críticas a Lula. Na semana passada, o ex-juiz cobrou críticas mais duras ao Hamas, que não foi classificado por Lula como um grupo terrorista.

O senador também citou um comunicado publicado no site da organização após a eleição do ex-presidente petista: “Hamas parabeniza Lula pela vitória nas eleições”, dizia o comunicado. Moro ainda mencionou uma nota oficial do Itamaraty a respeito dos ataques no Oriente Médio, destacando que o documento “não nomeia nem repudia nominalmente” o Hamas.

 

 

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STF nega recurso de Bolsonaro para tirar Moraes do inquérito do golpe

Por 9 votos a 1, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram nesta sexta-feira, 13, o recurso no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro pretende afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito do golpe.

A defesa do ex-presidente recorreu ao plenário da Corte para derrubar a decisão individual do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que, em fevereiro deste ano, negou pedido feito pela defesa do ex-presidente para que Moraes seja impedido de atuar no processo.

A defesa de Bolsonaro sustenta que Alexandre de Moraes figura como vítima nas investigações. Segundo os advogados, pelas regras do Código de Processo Penal (CPP), o juiz não pode atuar no processo em que ele próprio for parte ou diretamente interessado.

Prevaleceu no julgamento virtual o voto de Barroso, relator do caso, que foi seguido pelos ministros Flávio Dino, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Nunes Marques.

De acordo com o entendimento de Barroso, Alexandre de Moraes não configura como vítima nas investigações do golpe.

“A simples alegação de que o ministro Alexandre de Moraes seria vítima dos delitos em apuração não conduz ao automático impedimento de sua excelência para a relatoria da causa, até mesmo porque os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de tentativa de golpe de estado têm como sujeito passivo toda a coletividade, e não uma vítima individualizada”, justificou o presidente.

André Mendonça

O ministro André Mendonça proferiu o único voto a favor do impedimento de Moraes. Para o ministro, Moraes está na condição de vítima e não pode continuar no comando do inquérito.

“Ao constatar que o eminente ministro arguido sofreria, direta e imediatamente, consequências graves e tangíveis, como prisão – ou até mesmo morte –, se os relatados intentos dos investigados fossem levados a cabo, parece-me presente a condição de diretamente interessado”, justificou Mendonça.

No mês passado, Bolsonaro e mais 36 aliados foram indiciados pela Polícia Federal (PF) pela tentativa de golpe. De acordo com as investigações, Bolsonaro tinha conhecimento do plano para matar Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

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