Servidor de Ponta Grossa que passou quase dois anos batendo ponto e indo embora sem trabalhar deve R$ 34 mil ao Município, diz MP
Investigações apontam que Luciano Gaspar Daru cometeu a fraude ao longo de dois anos. Ele foi demitido por justa causa e indiciado pela Polícia Civil. Defesa dele afirma que só vai se manifestar no processo.
Câmera mostra servidor indo a prefeitura só para bater ponto, e ir embora sem trabalhar [https://s04.video.glbimg.com/x240/13762799.jpg]
Câmera mostra servidor indo a prefeitura só para bater ponto, e ir embora sem trabalhar
Luciano Gaspar Daru, servidor concursado da Prefeitura de Ponta Grossa [https://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/cidade/ponta-grossa/], nos Campos Gerais do Paraná, que passou quase dois anos batendo ponto e indo embora sem trabalhar [https://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/noticia/2025/07/16/video-servidor-publico-passa-quase-dois-anos-indo-a-prefeitura-so-para-bater-ponto-e-ir-embora-sem-trabalhar-no-parana.ghtml], está devendo R$ 34.385,15 ao Município, segundo o Ministério Público (MP-PR).
O homem tem 56 anos e foi indiciado criminalmente pela Polícia Civil (PC-PR), que descobriu que ele cometeu a fraude ao longo de quase dois anos, entre agosto de 2023 e junho de 2025.
Ao DE, o MP-PR ressaltou que, além da ação criminal, também tramita na promotoria um processo administrativo, que visa analisar a conduta do servidor sob a ótica da Lei de Improbidade Administrativa. Este inquérito está em fase de diligências.
O portal da prefeitura aponta que Luciano recebia mais de R$ 2,3 mil de salário bruto. A investigação aponta que, em alguns dias, o homem comparecia ao trabalho, mas na maior parte deles não – e por isso, a estimativa é que o servidor recebeu os R$ 34 mil sem, efetivamente, trabalhar.
> “O servidor continuou recebendo sua remuneração integral durante todo o período em que não exerceu suas funções, configurando prejuízo direto aos cofres públicos municipais”, afirma o delegado Derick Moura Jorge, responsável pela investigação criminal.
Luciano era concursado havia 26 anos e, desde 2023, era técnico administrativo na Secretaria Municipal de Fazenda. O horário de trabalho dele ia do meio-dia às 18h.
Em junho de 2025 ele foi demitido por justa causa e indiciado pelo crime de inserir dados falsos em sistemas informatizados da administração pública, com fim de obter vantagem indevida. A pena prevista é de 2 a 12 anos de prisão, mais multa. A defesa dele afirma que só vai se manifestar no processo.
O que a Prefeitura fez
O delegado responsável pelo inquérito destaca que a investigação contou com apoio da prefeitura, que “adotou as medidas cabíveis visando o afastamento do servidor e a instauração de procedimento administrativo visando a sua demissão por justa causa, bem como o ressarcimento do prejuízo por este causado aos cofres públicos”.
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o Procurador Geral Municipal de Ponta Grossa, Gustavo Schemim da Matta, disse que a prefeitura expediu duas advertências para o servidor e, na terceira, abriu a sindicância – que resultou em demissão por justa causa.
Questionado sobre o tempo que o processo levou, considerando que a fraude iniciou em 2023 e ele só foi demitido quase dois anos depois, o procurador alegou que os processos burocráticos do poder público são mais demorados do que em empresas particulares. No documento da sindicância aberta pela prefeitura, consta que as denúncias que indicavam que o servidor; registrava o ponto eletrônico na prefeitura e imediatamente se retirava das dependências; utilizava trajes inadequados (bermuda e chinelo); não cumpria efetivamente a jornada de trabalho; não desempenhava funções ou encaminhava processos administrativos; apenas retornava no fim do expediente para registrar a saída; estava em situação funcional indefinida desde seu retorno de licença sem vencimentos em agosto de 2023.
Sindicância traz vídeos e depoimentos sobre servidor que batia ponto e ia embora [https://s03.video.glbimg.com/x240/13765634.jpg]