Última atualização 31/01/2022 | 10:04
Na última sexta-feira (28), a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Goiânia conduziu um servidor público que, associado a um vereador de uma cidade do interior, é suspeito de cobrar pagamento para conseguir vaga de internação para uma paciente no Hospital Estadual Geral de Goiânia (HGG). Segundo informações recebidas pela redação do DE, o servidor atua na Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços do Estado de Goiás e teria cobrado R$ 2 mil pela vaga e R$ 70 pelo transporte até o hospital. A mulher veio de São Miguel do Araguaia para ser atendida em Goiânia.
A paciente teria procurado o vereador pedindo ajuda para conseguir vaga de internação e ele supostamente teria conseguido com intermediação do servidor público. De acordo com informações obtidas pelo DE, ela foi orientada a ir para Goiânia no ônibus da prefeitura de São Miguel do Araguaia. Após chegar na capital, a mulher passou mal sentindo dores fortes e foi com a mãe até o Cais Finsocial.
Ainda de acordo com informações obtidas pela redação, na emergência do Cais, a equipe médica recomendou encaminhamento da mulher para cirurgia no HGG e conseguiu a vaga, bem como transporte. Enquanto esperava a ambulância para ser levada ao HGG, a paciente teria recebido ligação do servidor público alegando que a vaga no hospital custaria R$ 2 mil e o transporte de ambulância R$ 70,00. A mulher informou o que ocorreu aos guardas civis metropolitanos que estavam em serviço no CAIS, que pediram apoio à sede da GCM. A equipe orientou a mulher a entregar o valor ao motorista, como foi dito pelo servidor, para que o flagrante fosse feito. Flagrado, o homem disse que é motorista em uma Casa de Apoio e que faz transportes de pacientes a mando do servidor público há muito tempo.
A Guarda Civil Metropolitana de Goiânia informou que conduziu o servidor público até a Central Geral de Flagrante, suspeito dos crimes de extorsão e tráfico de influência. “No local marcado para e entrega dos pagamentos a GCM flagrou o servidor público estadual com vários documentos pessoais e fichas de encaminhamentos semelhantes e conduziu o cidadão à Central de Flagrantes Polícia Civil”, informou a nota.
Confira a nota da CGM na íntegra:
“A Guarda Civil Metropolitana de Goiânia informa que conduziu até a Central Geral de Flagrante da Polícia Civil um agente público estadual sob suspeita de crimes de extorsão e tráfico de influência, envolvendo também um vereador de uma cidade do interior do estado.
A Operação da 6ª Unidade de Comando Regional – UCR e das Rondas Ostensivas Municipal Urbana – ROMU foi deflagrada depois que a administração do CAIS Finsocial fez a denúncia de um caso suspeito no interior da Unidade.
Uma paciente de uma cidade do interior de Goiás teria procurado ajuda de um vereador daquele município, que lhe informou da possibilidade de facilitação mediante pagamentos ilícitos. Já na emergência do CAIS Finsocial, a equipe médica recomendou o encaminhamento da mesma para um procedimento cirúrgico.
Ao constatar a rapidez da liberação da vaga, junto ao sistema municipal de saúde, e depois de receber uma ligação de cobrança de valores pela facilitação, a mãe da paciente informou o caso à administração do CAIS, que chamou a Guarda Civil Metropolitana. Pego em flagrante, o cobrador alegou que era o motorista responsável pela coleta do dinheiro, que seria entregue ao responsável pela facilitação dos encaminhamentos médicos. No local marcado para e entrega dos pagamentos a GCM flagrou o servidor público estadual com vários documentos pessoais e fichas de encaminhamentos semelhantes e conduziu o cidadão à Central de Flagrantes Polícia Civil”.
Confira a nota do HGG na íntegra:
”O Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG esclarece que o Complexo Regulador da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES/GO) solicitou uma avaliação do cadastro no sistema regulatório de Francisca Santo da Silva no dia 24 de janeiro, segunda-feira, devido a paciente apresentar uma indicação de atendimento para o serviço de urologia. No dia 24, o HGG não possuía nenhum leito disponível para o serviço solicitado, sendo repassada essa informação pelo HGG ao Complexo Regulador Estadual.
No dia 28 de janeiro, sexta-feira, surgiram 16 vagas no HGG, decorrente de diversas altas de pacientes que estavam internados na unidade de saúde. Destas 16 vagas, três (3) eram disponíveis para o serviço de urologia, e uma delas foi destinada à paciente Francisca Santos da Silva, devido o caso clínico se enquadrar no perfil da unidade e considerando a ordem cronológica de solicitações para a mesma especialidade no sistema regulatório estadual.
Ao ser admitida no HGG, Francisca foi avaliada pela médica da internação do HGG, procedimento padrão da unidade de saúde que é realizado sempre que um paciente é encaminhando ao hospital. Nesta avaliação, levantou-se a suspeita de que a paciente estivesse com um quadro de apendicite. Por ser um procedimento de urgência, e que não é um perfil de atendimento do HGG, ela foi referenciada para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL). No Hugol a paciente foi reavaliada descartando-se “abdômen agudo”, sendo constatado por meio de exames o quadro de cálculos renais, não se enquadrando, portanto, em atendimento de urgência no Hugol.
Francisca foi contrareferênciada (reencaminhada) para o HGG para ser atendida pelo serviço de urologia. Neste sábado, 29 de janeiro, às 13h35, ela foi atendida pela médica Marcela Rodrigues e internada na unidade de saúde para dar início ao seu tratamento com a especialidade supracitada.
O Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG, gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Humano (Idtech), preza pela transparência e seriedade em suas ações e não pactuar com este tipo de atitude e repudia veementemente a atitude desta pessoa detida pela Guarda Civil Metropolitana de Goiânia. O HGG esclarece ainda que todos os pacientes que são admitidos na unidade de saúde são encaminhados via regulação e admitidos somente caso se enquadrem no perfil da unidade. Deixamos à disposição em nosso site um canal de comunicação aberto para que toda a sociedade possa fazer denúncias e reclamações, inclusive preservando seu anonimato.”