Servidor público passou quase dois anos indo à prefeitura apenas para registrar seu ponto e, em seguida, sair sem realizar qualquer trabalho no Paraná. Luciano Gaspar Daru, funcionário municipal de Ponta Grossa, localizada nos Campos Gerais do Paraná, foi investigado e indiciado pela Polícia Civil do estado por essa prática irregular durante um extenso período de tempo. Luciano ocupava o cargo de técnico administrativo na Secretaria Municipal de Fazenda, recebendo um salário bruto mensal acima de R$ 2,3 mil, evidenciando um caso grave de desrespeito com o dinheiro público.
A conduta de Luciano foi descoberta através de câmeras de segurança que o flagraram entrando furtivamente pelos fundos do prédio da prefeitura, trajando roupas informais como bermuda e chinelo, e permanecendo no local por cerca de 1 minuto e 15 segundos apenas para bater o ponto, repetindo a ação no final do dia para registrar sua saída. Essa frequência chamou a atenção dos colegas de trabalho, culminando em uma investigação interna iniciada pela prefeitura em 2024 e posteriormente encaminhada à Polícia Civil do Paraná em 2025.
O delegado Derick de Moura Jorge, responsável pelo caso, revelou ter indiciado Luciano por inserir dados falsos nos sistemas informatizados da administração pública com o intuito de obter vantagens indevidas, prevendo uma pena que vai de 2 a 12 anos de prisão, além de multa. Durante seu depoimento, o servidor confessou a irregularidade, admitindo que durante quase dois anos apenas registrava seu ponto e recebia o salário integral sem executar suas funções, representando um prejuízo estimado em R$ 33 mil para os cofres públicos municipais.
Após o descobrimento da fraude, Luciano foi imediatamente afastado de suas funções e, posteriormente, acabou sendo definitivamente desligado da Prefeitura de Ponta Grossa em junho de 2025. Com o inquérito policial concluído, o caso foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná para análise e possível oferecimento de denúncia criminal contra ele. A defesa de Luciano optou por não se manifestar até que o processo siga seu trâmite legal.
A Prefeitura de Ponta Grossa colaborou ativamente com as investigações, adotando medidas cabíveis para afastar o servidor e instaurar um procedimento administrativo visando sua demissão por justa causa, além de requerer o ressarcimento do prejuízo causado aos cofres públicos. Os trâmites burocráticos do poder público, segundo o Procurador Geral Municipal, justificam o tempo demandado para a finalização do processo, que resultou na demissão do servidor por justa causa. O caso de Luciano destaca a importância da transparência e correção no serviço público, garantindo que recursos e salários sejam devidamente aplicados em prol da sociedade.