Servidora reclama de discurso machista de vereador: “não tem um marido”

VEREADOR

Um discurso na tribuna da Câmara de Vereadores de Padre Bernardo pode se tornar um processo judicial. Uma servidora da Casa reclama de ter sido ofendida com comentários machistas do vereador Junio do Esporte (PSD). Ele declarou não se arrepender e reconheceu já ter tido problema com Cleuza Matos, de 47 anos, por críticas na internet. Segundo ele, os comentários da mulher surgem porque ela não tem “uma casa para arrumar quando está de folga” e “não tem um marido para conversar”.

 

“Essa fala me agrediu, me pesou. A pessoa quando é pública está preparada para qualquer crítica. Deu a entender, quando mencionou meu nome, que eu era um monstro. Os outros vereadores ficaram rindo quando ele me difamou. Como uma pessoa fala isso para uma mulher que não conhece? Me senti uma pessoa sem valor. Olha o que aconteceu comigo diante das câmeras, imagina o que não acontece com outras mulheres longe das câmeras”, afirmou ao G1 Goiás.

 

A confusão começou quando a servidora perguntou o motivo de somente alguns funcionário terem direito a começar a receber uma bonificação de R$ 4 mil. Ela faria parte do grupo que não seria contemplado com o benefício. A dúvida irritou Junio, que teria começado a associar as pessoas que questionam as atividades legislativas. Ele direcionou o descontentamento à Cleuza posteriormente a classificando como “desocupada” e como uma das que ficam “sentadas atrás do celular falando asneiras”.

 

“Essa mulher consegue tirar a gente do sério de uma tal maneira. Não falei nada demais, não xinguei ela em momento algum. Falei se a pessoa não tiver família e não tem nada para fazer, ao invés de ir para grupo falar mal de vereador, vai procurar o que fazer, procurar fazer uma lavagem de roupa. Se eu falar que me arrependi do que falei, vou estar mentindo. Essa mulher não é santa não”, destacou ao G1 Goiás.

 

Cleuza não pretende ir aos tribunais, mas Junio prometeu processar a servidora por difamação. O vereador alega estar sendo perseguido e que a mulher age da mesma forma com os colegas da Câmara de Padre Bernardo. Ela trabalha no local há 17 anos. O bate-boca foi transmitido ao vivo pelo canal da instituição.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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