Setembro Amarelo: registros de suicídio aumentam 8,9%, em 2022

Neste sábado, 10, é comemorado o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio (WSPD). A data, organizada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e endossada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), representa um compromisso global para chamar a atenção para a prevenção do autoextermínio – um assunto bastante polêmico e condenado por grande parte da população-, mas que vem registrando aumento.

Em 2022, apenas o Corpo de Bombeiros de Goiás registrou mais de três casos de autoextermínio por dia, totalizando 814 casos até o mês de agosto. O número é 8,9% maior do que o apontado no mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas 747 ocorrências. Já no país, as mortes por lesão autoprovocada entre 2011 e 2020 aumentaram 35%, conforme dados do DataSUS. Só em 2020, foram registrados 12.895 suicídios. 

Causas

Para a psiquiatra Michele Gomes Maciel, grande parte dos casos de suicídio está relacionada aos transtornos mentais, principalmente a depressão e o transtorno bipolar do humor. Além deles, os problemas mais comuns são a dependência de substâncias químicas, transtornos de personalidade e esquizofrenia.

“Na suspeita de um quadro depressivo, o primeiro e principal passo é buscar rapidamente atendimento com um psiquiatra, profissional especializado no tratamento deste transtorno. Após avaliação, o médico decide pelo tratamento medicamentoso, caso necessário, e encaminhar para uma abordagem multidisciplinar, já que na maioria dos casos a psicoterapia associada ao tratamento médico é fundamental para a melhora do paciente”, explica.

Setembro amarelo 

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, organizam nacionalmente o Setembro Amarelo, com o objetivo de prevenir e reduzir o número de suicídios no país. Ainda de acordo com a especialista, a campanha é de extrema importância para combater a prática, visto que a informação é fundamental para diminuir o preconceito contra o tema suicídio. 

“Trazer educação para a população sobre o tema e trazer mais pessoas para o tratamento. Quanto mais se falar sobre o assunto, menor o estigma. 90% dos casos de suicídio poderiam ser prevenidos com o tratamento correto. Isto é fundamental para reduzir as taxas de transtornos mentais não tratados e dessa forma, prevenir que mais pessoas tirem a própria vida”, salienta.

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