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Setor de alimentação “rebola” para ajustar as contas ao repassar alta do gás

Última atualização 04/05/2023 | 17:29

A recente alteração da tarifação do do gás de cozinha assustou os empresários do setor de alimentação. Eles estão refazendo as contas e ajustando o orçamento para incluir mais um aumento nos insumos.  Em Goiás, a alta de até 23% estimada pelo pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) não deve ser repassada imediatamente aos consumidores.

 

“Infelizmente identificamos essa possibilidade de aumento. Alguns restaurantes que já estavam negociando descontos com seus fornecedores de gás vão ter que lidar com esse aumento de custo. No cenário atual pode causar impacto, mas o setor não tem repassado todo o aumento de preços de seus insumos para os seus produtos”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Goiás (Abrasel-GO), Danillo Ramos.

 

Ele destaca que a alta é lamentável porque o consumidor sentirá o impacto diretamente ou indiretamente nos bares, restaurantes ou lanchonetes do estado. A tentativa é de absorver a “novidade” o máximo possível reduzindo o lucro para manter o negócio ativo. É mais uma dificuldade para entidades do segmento, que foi bastante afetado com o isolamento social imposto durante a pandemia.

 

A empresária Alcione produz bolos em pequena e média escala no Portal dos Bolos. Ela não pretende cobrar a mais e integralmente dos clientes pelos produtos alimentícios. Todas as opções terão os valores mantidos. “Os produtos fazem parte de um contexto, então fazemos  o possível para não fazer uma passagem imediata ao valor do produto, mas quando não  é  possível  manter, repassamos gradativamente”, destaca. De acordo com a empreendedora, o bolo mais barato custa R$ 13. Ela não preferiu não projetar o preço com reajuste.

 

Desde 1º de maio, o ICMS tem tarifa unificada no Brasil. O  preço médio do gás de cozinha no Brasil era de R$ 107,56 em abril. O valor é formado pelo custo da distribuição e revenda (48,1% do valor total), ICMS (12,9%) e  a parcela da própria Petrobras (39%). O novo modelo terá como ICMS médio de R$ 16,43 em Goiás (antes era de R$ 14,23). Esses valores serão revisados a cada seis meses. Na prática, a alíquota do ICMS deixa de ser cobrada com base em um percentual definido pelos estados, passando para um valor fixo em reais por quantidade. 

 

Durante a pandemia, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as inflações nos alimentos foram de 18,2% em 2020, 8,2% em 2021 e 5,8% em 2022. Neste ano, a projeção é de que a porcentagem seja de 3,65.%.  No entanto, fatores como a Guerra da Ucrânia, as chuvas torrenciais na maior parte do território brasileiro no verão, seca severa no Rio Grande do Sul e a desvalorização do real.