Apesar das declarações de Ciro Nogueira, setores do PP estão defendendo que o partido permaneça no ministério do governo Lula. O presidente do partido tem manifestado a favor do desembarque da legenda do ministério, porém dirigentes argumentam, em conversas reservadas, que é importante manter o PP à frente do Ministério do Esporte para manter um diálogo aberto com o Palácio do Planalto.
O PP faz parte do Centrão, um grupo de partidos que não estão completamente alinhados nem à esquerda nem à direita. Isso significa que a legenda conta com parlamentares que apoiam o governo, mas também conta com outros que fazem oposição. Nos últimos anos, o partido teve ministros em diversos governos, incluindo os de Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e, atualmente, no governo Lula.
O presidente do partido, Ciro Nogueira, que já foi ministro da Casa Civil de Bolsonaro, costuma criticar publicamente o governo Lula. Ele menciona que a escolha do deputado André Fufuca para comandar o Ministério do Esporte foi uma decisão pessoal do presidente, não do partido. Fufuca é aliado de Arthur Lira, ex-presidente da Câmara e membro do PP.
Para um articulador do PP no Congresso, não faria sentido o partido deixar o governo e abrir mão do Ministério do Esporte. Ele destaca que o PP tem diálogo com o Palácio do Planalto, é ouvido nos ministérios e tem seus pedidos atendidos. Além disso, parlamentares do partido são chamados a contribuir com propostas no Congresso.
Internamente, o partido está dividido quanto às eleições de 2026. Enquanto alguns defendem uma candidatura de centro à presidência, outros cogitam uma aliança com o União Brasil. A estratégia seria não se posicionar claramente nem como oposição, nem como situação, mantendo diálogo com ambos os lados. Essa postura poderia reforçar a presença do PP em discussões eleitorais.
Dirigentes do PP indicam que o partido pode se alinhar com o Republicanos na próxima eleição. Isso reflete o apoio público de Ciro Nogueira à possível candidatura de Tarcisio de Freitas, governador de São Paulo, pelo Republicanos. A tendência é que o PP adote uma postura flexível, buscando maximizar sua influência em um cenário político complexo.