Para fechar a semana, nesta sexta-feira, 27, o Diário do Estado traz a médica psiquiatra, Dra. Denise Espindola, para falar de um tema bastante em alta e presente na vida de quase toda a vida urbana: o vício em celulares.
“Você consegue passar um final de semana desplugado do celular?“, começa perguntando Dra. Denise. “Quando você vai para um lugar que a internet não pega… por exemplo, você vai a uma fazenda achando que vai ter Wi-fi, e chegando lá, não tem! Ou ainda quando você vai sair de casa para trabalhar e esquece o celular e se sente pelado! Depois, enfrenta o trânsito da cidade inteira, por horas, para voltar em casa e pegar o aparelho!”. A psiquiatra então alerta: “Quando estes comportamentos já estão acontecendo, a gente fala que é um estado de alerta“.
Se for assim, “o celular já tomou uma parte importante da sua vida, você já não consegue ficar sem ele e tá na hora de ligar um alerta e fazer um detox (desintoxicação) da rede social”, comenta. “É prático, é prazeroso, e por exemplo, você tem quinze minutos, mas de repente, quando vê, já gastou uma hora nas redes sociais e nem percebeu”, relata. A médica explica que esta tecnologia é feita justamente para você perder a noção do tempo ali.
Outro grande problema é o tempo passado (ou perdido) pelas crianças com o mundo digital. “Elas já nasceram vendo galinha pintadinha no tablet“, brinca a profissional. “Os mais que tem um pouquinho mais de crivo (senso crítico) devem controlar o acesso ao computador, ao tablet ou aos jogos”, aconselha a psiquiatra. Segundo pesquisa francesa citada por Denise, pela primeira vez a nova geração apresentou resultados de QIs mais baixos do que o de seus pais.
“Com objetivos e na dose adequada, é excelente! Ajuda no desenvolvimento da criança, dá contato com língua estrangeira… mas precisamos avaliar estes estímulos. Não dá para ficar apenas no computador! Você viaja para a praia e ‘o menino’ fica lá, no computador, fechado num quarto, as férias inteiras!”, alerta Denise. “Isso vai atrapalhar as lembranças da infância, a convivência familiar. Se você quer almoçar tranquilo, e dá o tablet pra criança enquanto ela almoça, ela vai criar uma péssima relação com a comida, porque se alimentará distraidamente”, explica.
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