Sidônio Palmeira tem se destacado como um gestor de crises desde que assumiu a Secretaria de Comunicação da Presidência da República em janeiro deste ano. Enfrentando desafios internos e externos, o publicitário tem trabalhado arduamente para alavancar a popularidade do governo. Com reuniões frequentes com o presidente Lula, Sidônio busca unificar o discurso com ministros e assessores das pastas, apesar de nem sempre obter sucesso nessa empreitada. Um exemplo disso foi a crítica pública do ministro da Casa Civil ao titular da Controladoria-Geral da União em meio à crise do INSS. Sidônio defende a necessidade de vencer os desafios de 2025 antes de pensar nas eleições de 2026.
Com a possibilidade crescente de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes no INSS, os governistas ainda estão indecisos sobre apoiar ou não a instalação do colegiado. Deputados da base relatam não ter recebido orientações claras sobre como lidar com o caso desde o início. Em uma reunião recente no Alvorada com o presidente Lula e outros ministros, Sidônio discutiu a crise e a postura do governo em relação à CPMI. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais destacou que as CPIs são prerrogativas do Legislativo, mas alertou para possíveis impactos nas investigações policiais e no ressarcimento às vítimas.
Enquanto isso, a oposição tem atacado o governo, especialmente nas redes sociais, com discussões acaloradas sobre as fraudes no INSS. Em meio a isso, o governo enfrenta dificuldades para se fazer ouvir nessas plataformas. A estratégia de Sidônio é mostrar Lula de maneira mais próxima e direta à população, visando melhorar a comunicação e a imagem do governo. No entanto, a oposição reconhece os esforços do ministro, mas ressalta que a distância entre a comunicação oficial e a realidade das pessoas persiste.
Aliados de Lula acreditam que Sidônio identificou os problemas na comunicação, mas que as crises sucessivas têm dificultado a execução do trabalho. A avaliação é que programas importantes não foram devidamente explorados, enquanto problemas envolvendo iniciativas como o Pé de Meia acabaram surgindo. A ministra do Planejamento aponta a comunicação como o principal problema do governo, mesmo elogiando Sidônio. A dificuldade em demonstrar avanços nas políticas públicas em meio à polarização também é citada como um desafio.
Apesar do ritmo lento, o governo estava recuperando popularidade sob a gestão de Sidônio. Porém, dados do Datafolha mostram uma queda na aprovação e um aumento na reprovação desde o início do ano, com a crise do INSS impactando esses números. Agora, o escândalo previdenciário pode afetar ainda mais os índices e influenciar os futuros apoios políticos, incluindo os dos caciques do centrão. A capacidade de Sidônio em lidar com essas crises e melhorar a comunicação do governo será fundamental para a trajetória política de Lula e sua administração.