Simone Tebet oficializa reajuste de 7,7% no salário mínimo para 2024

Para 2024, a previsão do aumento do salário mínimo é de 7,7%, passando o valor bruto de R$ 1.320 para R$ 1.421. O valor do reajuste foi oficializado pela ministra do Planejamento e orçamento, Simone Tebet. Se for aprovado, o salário mínimo terá o novo valor apenas no próximo ano.

Essa previsão constava na proposta orçamentária para o próximo ano entregue pelo Ministro da Fazendo, Fernando Haddad, para avaliação do Congresso Nacional, no final do mês de agosto. No cenário mais pessimista do ministro, o projeto prevê que receitas e despesas do País terá déficit fiscal zero. 

Entretanto, segundo informações divulgadas pela Câmara dos Deputados, técnicos do Ministério da Fazenda indicaram que as contas apontavam para um superávit de R$ 2,8 bilhões no orçamento público. 

Dessa forma, o valor do salário mínimo aumenta R$ 101, já considerando a inflação projetada pelo Índice Nacional do Preço ao Consumidor (INPC) para 2023, até novembro, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022. 

Reajuste real

No último mês de agosto, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou uma lei que implementa uma nova política de valorização do salário mínimo. Assim, o valor deve ser reajustado para garantir aumento real todo ano. Na prática, isso significa que o salário mínimo deve ser reajustado pela inflação do ano anterior, tendo como base o INPC mais a variação positiva do PIB dos dois anos anteriores.  

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp