Síndrome do ‘coração partido’: entenda doença que pode ser causada por estresse intenso
Muitos pacientes confundem os sintomas com os de infarto.
Especialista explica características da síndrome do coração partido.
Especialista explica características da síndrome do coração partido.
Você já ouviu falar em “síndrome do coração partido?”. Apesar do nome, a condição não está relacionada às decepções amorosas. A doença é um problema cardíaco causado por estresse intenso. Luma Campos Mori, coordenadora de Enfermagem do setor de hemodinâmica do Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), explica a doença de nome curioso.
A síndrome não é tão comum quanto as doenças coronárias, mas merece atenção. Os sintomas são dor no peito, falta de ar, alterações no ecocardiograma (ECG), taquicardia e sudorese.
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“É muito semelhante ao infarto: tanto que os pacientes chegam ao serviço relatando que acham que estão infartando, pois a dor é bem semelhante”, disse Luma.
Ela reforçou que, embora os sintomas sejam parecidos, a condição nada tem a ver com um infarto. “É uma doença que não tem, em sua maioria, obstrução das artérias coronárias, ou seja, os vasos mais importantes do coração. É desencadeada por estresse físico e emocional, diagnosticado por meio de exames de imagem, como o cateterismo”, explicou.
FORMATO DO CORAÇÃO
1 de 1 Coração — Foto: Síndrome do ‘coração partido’: entenda doença que pode ser causada por estresse intenso.
Coração — Foto: Síndrome do ‘coração partido’: entenda doença que pode ser causada por estresse intenso.
A expressão “coração partido” se dá pelo formato que o ventrículo (uma das câmaras do coração) adquire.
Descrita pela primeira vez no Japão na década de 1990, a síndrome ganhou atenção mundial dentro da comunidade científica nas últimas décadas, vindo do país seu outro nome, “síndrome de Takotsubo”.
A palavra japonesa, que significa “armadilha para polvo”, refere-se ao ventrículo balonizado com um pescoço estreito, que lembra a armadilha usada tradicionalmente por pescadores japoneses para capturar esses animais.
Luma ainda ressaltou que a síndrome tem cura e costuma ter um prognóstico bom quando diagnosticado. O tratamento é feito através do uso de medicação. “Geralmente o paciente sente a dor no peito, então vai ao cardiologista, é encaminhado e chega aqui na unidade com esse quadro. Quando fazemos o cateterismo, conseguimos ver o coração no formato alterado”, explicou.
A síndrome do coração partido pode ser evitada através da melhora do estilo de vida, uma vez que é uma doença causada pelo aumento do estresse. “Deve ser praticada atividade física e optar por uma alimentação adequada. Tudo isso vai interferir para que a gente diminua ou acabe com os níveis de estresse”, complementou.