Sítio arqueológico de mais de 3 mil anos é encontrado em Montes Claros de Goiás

Sítio

Milhares de artefatos foram recolhidos em um sítio arqueológico de 3.520 encontrado em Montes Claros de Goiás, região ao oeste do estado, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao G1, o coordenador de campo da pesquisa e arqueólogo, Matheus Araújo, da empresa Sapiens Arqueologia, explicou que a descoberta foi feito após uma solicitação do órgão, para licenciamento ambiental em uma área de plantio de cana-de-açúcar.

“A gente está vibrando, porque não é fácil encontrar um sítio arqueológico com uma preservação tão grande. É uma conquista não só para a comunidade científica, mas para o público em geral, pois podemos falar um pouco de como nossos antepassados eram antes da chegada dos colonizadores”, comemora Matheus.

O Iphan aponta que foram encontradas pinturas rupestres, e 3.229 artefatos de pedra e cerâmica, como pedaços de vasilhames, ferramentas de corte e raspadores de pedra, além de restos ósseos de mamíferos e porções de carvão. No mesmo local, a pesquisa identificou a passagem mais recente de outro grupo de pessoas, antes da colonização, mas a data deste não pode ser confirmada.

Matheus Araújo explica que o achado é muito significante para a ciência. De acordo com ele, é muito difícil encontrar sítios arqueológicos nas condições como estes de Montes Claros de Goiás, com quantidade grande de vestígios, grupos distintos e datação.

“A datação mais antiga é de 3.520 anos, eram grupos humanos que não fabricavam muitos utensílios, mas lascavam pedras e rochas para caçar. Nós conseguimos a datação após encontrar amostras de Carbono 14 em pedaços de carvão”, explica o profissional.

Após autorização do Iphan, amostras de carvão foram encaminhadas para o Laboratório Beta Analityc, em Miami, nos Estados Unidos, para datação por radiocarbono, que confirmaram a ”idade” do sítio.

Segundo a Iphan, o sítio foi identificado em 2019, mas o resgate, que é o salvamento do sítio, apenas foi feito em janeiro deste ano. O instituto explica que até um sítio ser descoberto ele passa por diversas fases, primeiro a identificação, depois a delimitação e, por fim, o resgate.

Grupo conhecido como ”caçadores-coletores”

O Iphan explica que o primeiro grupo que passou pelo sítio é considerado como humanos ”caçadores-coletores”. Já o segundo, de horticultores-ceramistas que, segundo o coordenador de campo Matheus, usavam os vasilhames para guardar água e comida.

“Para a segunda datação não achamos carvão para definir com certeza, mas relacionamos à uma tradição arqueológica que indicou que ele não é mais antigo que o primeiro”, pontua Matheus.

As escavações alcançaram 2,5 metros de profundidade e foram encontrados mais de 3 mil artefatos de pedra e cerâmica. A área, que fica no Parque Industrial do Setor Elétrico de Bioenergia, foi delimitada em 7.640 m².

O coordenador da Sapiens Arqueologia menciona que o sítio foi denominado de “Toca da Anta”, pois tinham animais morando no local, que é uma espécie de abrigo rochoso. Matheus aponta que o primeiro levantamento e cadastro do sítio no Ipahn foram feitos em 2019, mas que as escavações foram realizadas de maio a agosto de 2021.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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