O DE do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enxerga a situação do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, como “delicada”, após o titular da pasta ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Caciques da legenda afirmam que ele já estava na berlinda por causa da incerteza da aliança do seu partido, o União Brasil, com o Planalto, mas afirmam que ainda é cedo para cravar uma eventual demissão. As lideranças petistas afirmam que, por ora, não vão se pronunciar publicamente. Mas relatam, nos bastidores, que o nome de Juscelino agora passa a figurar certamente nas discussões da reforma ministerial.
Essas discussões voltaram a esquentar após o PT fazer mudanças na Secretaria de Comunicação, na Saúde e em Relações Institucionais. O governo ainda analisa trocas na Esplanada, desta vez nas pastas ocupadas pelo Centrão. Os aliados do presidente Lula recordam que Juscelino dá dores de cabeça ao Planalto desde o início do governo, sendo que em fevereiro de 2023, o ministro utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) de maneira controversa.
Enquanto isso, petistas consideram que o União não entrega os votos necessários, e ainda tem o governador Ronaldo Caiado (União-GO) em plena pré-campanha para concorrer contra Lula em 2026. Juscelino Filho é deputado federal eleito pelo União Brasil do Maranhão. Em junho de 2024, a Polícia Federal (PF) concluiu pelo indiciamento do ministro, apontando suspeitas de que o titular da pasta, quando parlamentar, tenha cometido diversos crimes.
A defesa de Juscelino Filho afirmou que não foi notificada sobre a denúncia do Ministério Público e disse que o andamento não consta na consulta processual. A equipe afirmou que o parlamentar licenciado “reafirma sua total inocência e destaca que o oferecimento de uma denúncia não implica em culpa, nem pode servir de instrumento para o MP pautar o país”. De acordo com o ministro, esta será “a melhor oportunidade para se colocar um fim definitivo a essa maratona de factoides que vem se arrastando por quase 3 anos, com a palavra final da instância máxima do Poder Judiciário nacional”.
A defesa do titular da pasta afirmou que, enquanto deputado federal, Juscelino “limitou-se a indicar emendas parlamentares para custear a realização de obras em benefício da população”. Os advogados afirmam que os processos de licitação, execução e fiscalização dessas obras “são de competência exclusiva do Poder Executivo, não sendo responsabilidade do parlamentar que indicou os recursos”. Por fim, os advogados afirmam que o “ministro reitera sua confiança na Justiça e na imparcialidade do Supremo Tribunal Federal, acreditando que a verdade prevalecerá e que sua inocência será devidamente comprovada”.