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SMS gasta mais de R$ 11 milhões com terceirização de raio-X e guarda aparelhos no almoxarifado

Última atualização 10/04/2018 | 09:36

Os vereadores Elias Vaz (PSB) e Jorge Kajuru (PRP) denunciam gasto superior a R$ 11 milhões com terceirização de raio-x enquanto Secretaria Municipal de Saúde (SMS) guarda sete equipamentos novos no almoxarifado da prefeitura, quantidade exatamente igual à contratada pela Techcapital em 2014. “Não há justificativa para a prefeitura manter o contrato e guardar os aparelhos que comprou”, afirma o vereador Jorge Kajuru.

De acordo com os parlamentares, a SMS gastou R$ R$11.242.913,70 nos últimos dois anos com a terceirização do serviço de raio-X em seis unidades de saúde da capital. A informação foi levantada pela Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investiga a situação da Saúde pública em Goiânia. Os membros da CEI já haviam identificado a existência dos equipamentos em dezembro e questionaram a SMS sobre os aparelhos encaixotados, mas nenhuma resposta foi dada sobre o assunto. A secretária de saúde, Fátima Mrué, não foi encontrada para falar sobre o assunto e até o fechamento desta edição, a assessoria não retornou as ligações da equipe de reportagem como prometido.

Segundo as investigações, a prefeitura assinou contrato com a Techcapital em 2014 para atender os Cais de Campinas, Bairro Goiá, Chácara do Governador, Upa Itaipu, Upa Noroeste e o Crof. Em vistoria, o presidente da CEI, vereador Elias Vaz, constatou que os equipamentos fornecidos pela empresa no Cais de Campinas e no Crof estão sucateados. “O que justifica a prestação de um serviço desnecessário e sucateado como este?”, questiona.

“No Crof, os pés das macas de raio-X estão enferrujados e remendados com esparadrapo. A máquina usada para revelação não tem nem botões,também está desgastada pelo tempo de uso. E o pior: os equipamentos têm data de 8 de junho de 2009, o que contraria os termos do contrato. Um dos itens é bem claro: os equipamentos antigos das unidades, que pertenciam à prefeitura, devem ser substituídos pela contratada por equipamentos novos ou com até dois anos de uso no prazo máximo de 90 dias”, explicou Elias.

As condições estruturais e as datas afixadas nos equipamentos demonstram que quando o contrato foi assinado, os equipamentos já estavam irregulares. “Em 2014, o aparelho que encontramos tinha cinco anos de uso. Além de cobrar caro, a empresa ainda descumpre o contrato. Enquanto há tantas necessidades na Saúde e a prefeitura alega problemas financeiros, registramos esse gasto absurdo enquanto há equipamentos novos encaixotados”, critica o parlamentar.

O processo de compra de 13 aparelhos é o 62536781. O pedido foi autorizado no dia 14 de julho de 2015 e a empresa que venceu a licitação e vendeu os aparelhos foi a Sawae Tecnologia Ltda.