SMS gasta mais de R$ 11 milhões com terceirização de raio-X e guarda aparelhos no almoxarifado

Os vereadores Elias Vaz (PSB) e Jorge Kajuru (PRP) denunciam gasto superior a R$ 11 milhões com terceirização de raio-x enquanto Secretaria Municipal de Saúde (SMS) guarda sete equipamentos novos no almoxarifado da prefeitura, quantidade exatamente igual à contratada pela Techcapital em 2014. “Não há justificativa para a prefeitura manter o contrato e guardar os aparelhos que comprou”, afirma o vereador Jorge Kajuru.

De acordo com os parlamentares, a SMS gastou R$ R$11.242.913,70 nos últimos dois anos com a terceirização do serviço de raio-X em seis unidades de saúde da capital. A informação foi levantada pela Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investiga a situação da Saúde pública em Goiânia. Os membros da CEI já haviam identificado a existência dos equipamentos em dezembro e questionaram a SMS sobre os aparelhos encaixotados, mas nenhuma resposta foi dada sobre o assunto. A secretária de saúde, Fátima Mrué, não foi encontrada para falar sobre o assunto e até o fechamento desta edição, a assessoria não retornou as ligações da equipe de reportagem como prometido.

Segundo as investigações, a prefeitura assinou contrato com a Techcapital em 2014 para atender os Cais de Campinas, Bairro Goiá, Chácara do Governador, Upa Itaipu, Upa Noroeste e o Crof. Em vistoria, o presidente da CEI, vereador Elias Vaz, constatou que os equipamentos fornecidos pela empresa no Cais de Campinas e no Crof estão sucateados. “O que justifica a prestação de um serviço desnecessário e sucateado como este?”, questiona.

“No Crof, os pés das macas de raio-X estão enferrujados e remendados com esparadrapo. A máquina usada para revelação não tem nem botões,também está desgastada pelo tempo de uso. E o pior: os equipamentos têm data de 8 de junho de 2009, o que contraria os termos do contrato. Um dos itens é bem claro: os equipamentos antigos das unidades, que pertenciam à prefeitura, devem ser substituídos pela contratada por equipamentos novos ou com até dois anos de uso no prazo máximo de 90 dias”, explicou Elias.

As condições estruturais e as datas afixadas nos equipamentos demonstram que quando o contrato foi assinado, os equipamentos já estavam irregulares. “Em 2014, o aparelho que encontramos tinha cinco anos de uso. Além de cobrar caro, a empresa ainda descumpre o contrato. Enquanto há tantas necessidades na Saúde e a prefeitura alega problemas financeiros, registramos esse gasto absurdo enquanto há equipamentos novos encaixotados”, critica o parlamentar.

O processo de compra de 13 aparelhos é o 62536781. O pedido foi autorizado no dia 14 de julho de 2015 e a empresa que venceu a licitação e vendeu os aparelhos foi a Sawae Tecnologia Ltda.

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Desabamento de ponte TO-MA deixa 16 pessoas desaparecidas

Dois dias após o desabamento da ponte que liga os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) sobre o Rio Tocantins, uma força-tarefa composta por agentes dos dois estados e do governo federal continua as buscas por desaparecidos. O incidente ocorreu no domingo, 22. A Polícia Militar do Tocantins confirmou, até a manhã de terça-feira, 24, a morte de duas mulheres.

Uma das vítimas era uma residente de 25 anos de Aguiarnópolis, enquanto os dados da outra vítima ainda não foram divulgados. Além disso, um homem de 36 anos foi encontrado vivo e levado ao hospital de Estreito com uma fratura na perna. Atualmente, 12 adultos e três crianças permanecem desaparecidos.

Veículos envolvidos no acidente

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, ao menos oito veículos caíram no rio: quatro caminhões, dois automóveis e duas motocicletas. A presença de veículos carregados com ácido sulfúrico e herbicidas complica as buscas, pois as autoridades aguardam os resultados de exames da água para determinar se é seguro iniciar os trabalhos de busca com mergulhadores.

A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que os caminhões transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico. Como precaução, o governo do Maranhão orientou a suspensão da captação de água para abastecimento público nas cidades banhadas pelo rio Tocantins até que se confirme se esses produtos se diluíram e não oferecem risco.

Condições da Ponte Juscelino Kubitschek

A Ponte Juscelino Kubitschek, inaugurada nos anos 1960, tinha 533 metros e já apresentava problemas conhecidos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) realizou obras de reparos entre 2021 e 2023, mas a ponte necessitava de ‘obras de reabilitação’.

Em maio de 2024, um edital no valor de aproximadamente R$ 13 milhões foi lançado para a contratação de uma empresa especializada, mas a licitação fracassou. Um relatório obtido pelo jornal Folha de S.Paulo revelou que o Dnit sabia da situação precária da ponte desde 2019.

O professor de engenharia civil da Universidade Federal do Tocantins, Fabio Ribeiro, atribuiu o acidente a uma série de falhas. O Ministério Público do Tocantins aguarda a conclusão dos laudos técnicos para analisar possíveis providências.

O Dnit interditou o local e decretou situação de emergência para facilitar os trâmites burocráticos para a reconstrução da ponte, com um prazo estimado de 12 meses e um custo entre R$ 100 a R$ 150 milhões. Durante uma coletiva de imprensa, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que mais de R$ 100 milhões serão destinados para a reconstrução imediata da ponte e que uma sindicância será instaurada para apurar responsabilidades.

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