Sobe para 136 o número de mortos em Petrópolis

Subiu para 136 o números de mortes causadas pelas fortes chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Até o momento, 213 pessoas estão desaparecidas, enquanto bombeiros e voluntários trabalham incansavelmente nas buscas.

Neste sábado (19) o trabalho de resgate completa cinco dias, diante de um cenário de tragédia, que deixou a cidade e todo o país devastados. As equipes do Corpo de Bombeiros se dividem em três áreas principais: setores Alfa, Bravo e Charlie, que abrangem os locais mais afetados. Quatro militares de Goiás participam das ações a partir deste sábado (19). Eles fazem parte da companhia de Anápolis e seguiram para Petrópolis acompanhados por três cães farejadores.

As pessoas encontradas com vida são levadas até um dos 33 pontos de apoio montados em igrejas e escolas da rede pública municipal. Até o momento, 24 foram resgatadas e 967 encaminhadas aos pontos de apoio, enquanto aguardam as buscas por outros familiares.

Durante esta sexta-feira (18), a população temeu que novos deslizamentos pudessem ocorrer devido as fortes chuvas que atingiram a cidade no início da noite, e que só deram trégua por volta das 21h30.

Para este sábado, a previsão é de mais chuva ao longo do dia, apesar da presença do sol. O volume de precipitação pode chegar a 22 milímetros ao longo do dia.

IML recebe corpos

O Instituto Médico Legal (IML) de Petrópolis informou que, dos 137 mortos, 81 são mulheres e 51 homens, sendo 27 menores de idade. Ao todo, 97 corpos já foram identificados e outros 69 liberados.

O IML ainda recebeu três outros corpos divididos em partes. Neste caso, será preciso fazer a coleta de material genético de parentes para tentar identificar as vítimas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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