Sobrevivente de atropelamento se forma em Educação Física e ajuda outras vítimas de acidentes de trânsito: ‘Vivi isso, sei do que estou falando’
Mozart Pavoni foi atingido em 2021 por motorista que dirigia alcoolizada e atravessou canaleta exclusiva de ônibus, na esquina da Rua Nunes Machado com a Avenida Sete de Setembro, no bairro Rebouças. Cassiane, a motorista responsável pelo acidente, fugiu do local sem prestar socorro. Enquanto trabalhava como motoboy em Curitiba, Mozart foi atropelado e precisou passar por 22 fraturas e oito cirurgias após o acidente. Hoje, com limitações no corpo decorrentes do acidente, ele encontrou uma nova jornada ao deixar a antiga profissão e se formar em Educação Física, dedicando-se a auxiliar outras vítimas no processo de recuperação.
Quatro anos após o incidente que mudou sua vida, Mozart dedica-se a auxiliar vítimas de acidentes de trânsito em seu processo de recuperação, buscando proporcionar dignidade e apoio nesse momento delicado. Com experiência própria do desafio da recuperação e superação das sequelas do acidente, ele busca oferecer suporte e orientação para aqueles que passam por situações semelhantes. Segundo Mozart, essa missão é crucial para garantir que as vítimas possam retomar sua rotina e ter uma qualidade de vida minimamente digna após passarem por um trauma tão impactante.
Após ter sido atingido pela motorista alcoolizada em 2021, Mozart teve que lidar com as consequências físicas e emocionais do acidente, enfrentando limitações em seu corpo que impactaram suas atividades diárias. Com lesões que afetaram braço, quadril e pé, ele ainda vive com as sequelas do acidente, que restringem suas capacidades de movimento e realização de atividades cotidianas. Ainda assim, Mozart encontrou na sua experiência pessoal a motivação necessária para ajudar outros que enfrentam desafios semelhantes.
A motorista responsável pelo atropelamento de Mozart, Cassiane, responderá por lesão corporal culposa na direção de veículo, embriaguez e omissão de socorro. Após decisões judiciais que determinaram seu julgamento por tentativa de homicídio com dolo eventual e omissão de socorro, no entanto, ministros do STJ decidiram que Cassiane não deve ir a júri popular, considerando aspectos como falhas na sinalização da via e a insuficiência de provas sobre a velocidade no momento do acidente, afastando o dolo eventual e classificando a situação como imprudência.
A decisão do STJ levantou debates sobre a interpretação de casos de acidentes de trânsito, ressaltando a importância da análise detalhada dos fatos e circunstâncias envolvidas nas ocorrências. Com base na avaliação técnica de especialistas, a decisão destacou a necessidade de comprovação concreta de aceitação de risco por parte do agente envolvido nos eventos, estabelecendo um novo entendimento sobre a responsabilidade e culpabilidade em acidentes desse tipo. A discussão em torno do caso de Mozart serve como reflexão sobre a segurança e sinalização no trânsito, bem como a proteção das vítimas e a justiça no desfecho dessas situações.
Todo o processo vivido por Mozart, desde o atropelamento até sua jornada de superação e apoio a outras vítimas, destaca as diversas faces dos acidentes de trânsito e suas consequências para as vítimas e a sociedade em geral. A busca por justiça, a reabilitação física e emocional e o apoio mútuo entre os envolvidos são elementos essenciais para lidar com as complexidades desse tipo de situação e promover a conscientização sobre a importância da segurança viária e do respeito às normas de trânsito. Diante desse cenário, iniciativas como a de Mozart ganham relevância e evidenciam a necessidade de um olhar empático e solidário diante das vítimas de acidentes automobilísticos.