Sobrevivente de intoxicação por metanol relata momentos após crise: ‘Ressaca não normal’

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Jovem que sobreviveu à bebida com metanol relata primeiros momentos após
intoxicação: ‘Ressaca não estava normal’

Foram 45 dias internado em estado grave. Durante esse período, Wesley sofreu um
AVC, teve pneumonia grave e falência renal.

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Jovem que sobreviveu à bebida com metanol relata primeiros momentos após
intoxicação

Após 45 dias internado em estado grave, Wesley, de 31 anos, passou a primeira
noite em casa, na zona sul de São Paulo. O motoboy foi vítima de intoxicação por
metanol após consumir bebida adulterada em uma festa de rua com amigos.

“Começou numa festa de rua com meus amigos. A gente comprou um combo de whisky
com energético e gelo”, contou Wesley.

Ele lembra de ter ingerido cerca de dois copos da bebida. No dia seguinte,
começou a passar mal:

“Dor no estômago, vômito, dor de cabeça. Chamei minha mãe. Falei: ‘Mãe, estou
passando mal’. Essa ressaca não está normal, não’. Tinha alguma coisa a mais.”

Ao chegar ao hospital, Wesley já apresentava sinais graves.

“O rosto e as mãos estavam roxeados. Quando chegamos, o médico disse que ele
já estava em coma”, relatou Sheily Pereira, irmã de Wesley.

Wesley foi intubado e permaneceu 25 dias em coma. Durante esse período, sofreu
um AVC, teve pneumonia grave e falência renal. Apesar da sequência de
complicações, Wesley sobreviveu.

“Ele está com pouca mobilidade, mas anda. Fala, lembra de tudo, conhece todo
mundo. Só a visão que, infelizmente, ainda não voltou totalmente”. A gente
acredita que pode acontecer um milagre, como já aconteceu na vida dele”, disse
a irmã, emocionada.

Wesley trabalhava como motoboy, chegando a cumprir jornadas de até 12 horas por
dia. O dinheiro era usado para ajudar nas despesas da casa dos pais.

“Ele era o provedor. Agora a responsabilidade aumentou para mim também. Tenho
que cuidar dele e apoiar meus pais”, contou a irmã.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 32 casos de intoxicação por metanol foram
confirmados no Brasil. Outros 181 estão em investigação e 320 suspeitas foram
descartadas.

“Eu me emociono quando eu falo disso, porque é grandioso ele ainda estar com a
gente. Outras famílias não tiveram a mesma sorte que a nossa”, disse Sheyli.

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