‘Sou uma sobrevivente da sanha inescrupulosa de um facínora’, diz socialite sobre ex-motorista, que está foragido
Representante da família disse que idosa ‘recebeu como uma agradável surpresa, alívio e grande emoção’ a notícia do pedido de prisão contra José Marcos Chaves Ribeiro.
Polícia civil tenta prender ex-motorista suspeito de manter socialite em cárcere privado
A socialite Regina Lemos Gonçalves recebeu “como uma agradável surpresa e com alívio e grande emoção” a notícia do pedido de prisão contra José Marcos Chaves Ribeiro, seu ex-motorista.
Nesta terça-feira (26), a Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram a Operação Dama de Ouros, para tentar prendê-lo. José Marcos já é considerado foragido.
O empresário João Chamarelli, representante da família, divulgou uma nota com “palavras da própria Regina”. “O golpe financeiro e patrimonial teria sido elaborado por José Marcos em conluio com advogados e ex-funcionários”, afirmou.
“Regina relatou que jamais imaginaria estar cercada por uma organização criminosa tão ousada, capaz de implantar terrores psicológicos e físicos de toda ordem”, prosseguiu.
José Marcos virou réu por tentativa de feminicídio, sequestro e cárcere privado, violência psicológica e furto qualificado contra a socialite. Regina, de 88 anos, é viúva e herdeira do empresário Nestor Gonçalves, fundador da Copag, marca de cartas de baralho. A família acusa o ex-motorista de tê-la mantido, durante 10 anos, isolada em casa, sem contato com amigos e parentes.
A decisão judicial de mandar prendê-lo foi baseada em uma investigação da 12ª DP (Copacabana), que começou em novembro do ano passado.
Após diversos depoimentos, inclusão de laudos e boletins de atendimento e detalhes do período em que Regina viveu com José Marcos no apartamento do Edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace, a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Violência Doméstica ofereceu denúncia contra o motorista pelos crimes, solicitando sua prisão preventiva.
O pedido de tentativa de feminicídio está baseado em uma internação no dia 30 de dezembro de 2021, quando Regina foi parar no hospital com uma lesão na cabeça. Ela precisou ser operada e só teve alta em janeiro de 2022. Mas ninguém da família foi comunicado do fato.
A 4ª Vara Criminal determinou ainda que a polícia e o MPRJ, acompanhados de um oficial de Justiça, desocupem a mansão localizada no número 1.161 da Rua Capuri, em São Conrado. O local estaria sendo administrado por José Marcos e teria sido alugado a terceiros.
Também foram realizadas buscas no imóvel e em apartamentos que pertencem à socialite na Avenida Prefeito Mendes de Morais, em São Conrado.
O ex-motorista também fica proibido de se aproximar da vítima a menos de 500 metros de distância e de ter contato por qualquer meio. Também está proibido de frequentar o Edifício Chopin e a mansão na Rua Capuri 1.161.
Os advogados de Regina e de José Marcos travam na Justiça uma disputa para saber quem deve cuidar do patrimônio dela. O ex-motorista alega ter tido um relacionamento amoroso. Ele dizia que era marido de Regina, o que ela nega.
Existe uma escritura de união estável registrada em 2021. Na época, José Marcos estava com 50 anos de idade. Regina tinha 85. No documento, consta que ambos estavam em pleno uso de suas faculdades mentais. Principalmente Regina, porque foram apresentados 2 atestados psiquiátricos para comprovar a saúde dela.