Dias após chorarem por morte de criança no PR, socorristas atendem parto na mesma rodovia: ‘Sentimos todas as ocorrências’
O atendimento ao nascimento de Ayla Maria, na terça-feira (21), foi o primeiro parto realizado pela equipe da Via Araucária. Em 15 de outubro, mesma equipe atendeu acidente que vitimou menino de 6 anos.
Equipe de socorristas faz parto na BR-277
Seis dias depois de ser registrada chorando pela morte de uma criança em uma batida entre caminhões na BR-277, em Curitiba, a equipe de socorristas da Via Araucária atendeu a um parto na mesma rodovia.
O atendimento ao nascimento de Ayla Maria, na terça-feira (21), foi o primeiro parto realizado pela equipe, formada pela enfermeira Cíntia Aparecida Fabiano, o motorista socorrista Fernando Basso e o médico David Valero.
“Perder uma vítima nunca agrada uma equipe. São vidas. A gente lida com vidas todo dia. E o contraponto desse momento triste foi a vida que acabou nascendo em nossas mãos ali na beira da rodovia. Foi uma alegria e tanto. Para nós, que sofremos uma semana antes com uma perda, foi revigorante e um incentivo para continuar salvando mais gente”, afirma Fernando Basso.
O atendimento ao acidente que vitimou Miguel Francisco Fioresi, de 6 anos, foi filmado e somou milhares de visualizações nas redes sociais. Para a enfermeira Cíntia, a repercussão tornou público algo que é comum no cotidiano dos socorristas.
“Serviu para as pessoas verem que por trás de uma farda tem pessoas, tem corações… A gente tem família, tem filhos, então a gente sente a emoção de cada ocorrência. A gente está aqui para contemplar a vida e para fazer o nosso melhor sempre”, compartilha.
Segundo Maria Aparecida Neves Chaves, mãe de Ayla, o nascimento da bebê estava previsto para acontecer no dia 31 de outubro. Porém, na terça-feira, a bolsa estourou.
Sem saber o que fazer, ela acionou a avó da bebê, Elenilza Neves, e chamou carro por aplicativo de corridas.
“Eu ainda falei para o motorista: ‘A gente está indo para a maternidade, vai ser tudo ou nada’, só que eu não imaginava que o bebê nasceria no meio do caminho. Eu pensei que a gente ia conseguir chegar na maternidade”, conta a avó.