Socorro (SP) um ano após a maior chuva: moradores se reconstruindo.

Um ano depois, Socorro ainda tem marcas de chuva histórica e moradores mudam até de endereço para se reconstruir

Ações do grupo formado pela administração municipal preveem monitoramento constante do Rio do Peixe e comunicação à população. Em dezembro de 2024, estância turística registrou maior enchente em 36 anos.

Um ano após a maior chuva dos últimos 36 anos em Socorro (SP), a estância turística do Circuito das Águas Paulista ainda apresenta as marcas do temporal histórico de janeiro de 2024. Parte da população ainda tenta se reerguer após ter perdido casas, móveis, eletrodomésticos e comércios inteiros. A solução, em alguns casos, foi mudar de endereço para reconstruir tudo do zero.

Para tentar evitar que a destruição se repita durante o início deste ano, quando a quantidade de chuvas aumenta em todo o estado, a administração municipal criou uma força-tarefa formada por secretarias. No ano passado, a prefeitura já tinha realizado a limpeza do Rio do Peixe e dos principais ribeirões que desembocam neles. Entre as novas ações, estão:

– Criação de Grupo de Trabalho Integrado por secretarias de Serviços e Obras e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para realiza estudos técnicos do desassoreamento do Rio do Peixe;
– Monitoramento durante 24 horas por dia do nível do rio com alerta imediato à população em caso de mudança;
– Monitoramento do Rio do Peixe em pontos críticos por câmeras e réguas de medição para acompanhamento contínuo.

Uma das imagens mais impactantes da chuva do ano passado em Socorro é a água invadindo uma malharia e inundando todo o estoque. De acordo com a proprietária, foram R$ 500 mil de prejuízo e 4 toneladas de roupas e tecidos perdidas. O comércio precisou mudar para outro endereço na mesma rua e, um ano depois, conseguiu se recuperar.

A secretária Josilene Delfino da Costa também precisou mudar de residência. Ela perdeu quase todos os móveis. “É sensacional essa sensação de deitar e ouvir o barulho da chuva, sem saber se vou perder tudo ou não”, afirmou.

Entretanto, quem não conseguiu se mudar, continua com medo de novas enchentes. “Não tenho como comprar moradia, então a gente fica sem dormir com medo de acontecer de novo”, completou Moacir de Oliveira.

Em dezembro, o DE conversou com moradores que também afirmavam sentir medo de ser afetados novamente pelas tempestades, como Amberson Edson Alves da Silva, que perdeu sua barbearia durante o desastre.

> “Eu perdi minha barbearia completa. Perdi bastante coisa. Foi um desastre em janeiro. Mas, graças a Deus, hoje minha situação é outra. Não estou mais na proximidade do rio. Estou no centro da cidade, então não vivo mais esse tormento da chuva. Mas é muito tenso toda essa situação, um dos motivos principais para eu mudar meu espaço foi esse”, lamentou.

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