Sonho de ser ter um filho esbarra apenas na idade, segundo especialista 

Sonho de ser ter um filho esbarra apenas na idade, segundo especialista 

Fruto do amor de um casal ou de um solteiro, o sonho de ter um filho pode ser concretizado com a ajuda da medicina reprodutiva. O único empecilho ainda não vencido pela ciência é a idade da mulher, que reduz bastante as chances de sucesso no tratamento. Técnicas como o congelamento e doação de óvulos surgem como as mais seguras para postergar a maternidade ou paternidade.

O especialista Ricardo Pimentel alerta para a necessidade de ginecologistas e pacientes conversarem sobre as possibilidades de gerar o filho quando elas entram na casa dos 30 anos. Segundo ele, a desinformação dá às mulheres a ilusão de controle do tempo embora os óvulos envelheçam e atrapalhem a realização de uma possível gestação. Apesar disso, a medicina reprodutiva evoluiu nas últimas décadas, principalmente na parte diagnóstica, e resolve maior parte dos fatores relacionados à infertilidade com sucesso. 

“A última resolução do Conselho Federal de Medicina orienta que as técnicas de medicina reprodutiva podem ser aplicadas em mulheres de até 50 anos, mas as técnicas de reprodução assistida deve ser oferecida às mulheres desde que haja custo-benefício, ou seja, previsão de resultado palpável. A pergunta então é até quando insistir com os óvulos próprios já que eles têm a mesma idade da mulher e não conseguimos reverter esse efeito idade. Após os 43 anos, não existe mais um custo-benefício financeiro e emocional”, alerta.

Nesses casos, o ideal seria a ovodoação, que é a fertilização com o óvulo de uma doadora. O processo é semelhante tanto para casais homoafetivos masculino, feminino e transgêneros com a  doação de óvulo e útero de substituição ou sêmen, respectivamente. No último caso, é permitida a gestação compartilhada quando o embrião do óvulo de uma das parceiras pode ser transferido para o útero de outra parceira. 

“Como alternativa para preservar a fertilidade, temos o congelamento de óvulos, espermatozóides ou embriões,  que apresentam taxas de sucesso de descongelamento excelentes. A mulher atinge um limite biológico mais expressivamente a partir dos 40 anos. Muitas técnicas estão sendo desenvolvidas mundo afora com o objetivo de conseguirmos rejuvenescer o ovário e, consequentemente, o óvulo. Porém ainda são resultados empíricos e inconclusivos”, pontua Ricardo.

As possibilidades desse ramo da medicina se baseiam no coito programado (indução da ovulação), na inseminação intrauterina e a fertilização in vitro. A indicação varia conforme o diagnóstico. Os valores também são flexíveis começando na faixa dos R$300, passando por R$3 mil e alcançando os R$20 mil, para cada uma das técnicas, respectivamente. O médico chama atenção para os custos laboratoriais que, de acordo com ele, pesam no investimento. Ele cita como justificativa que a precificação de equipamentos e medicamentos é em dólar. 

“Pode ser tarde quando a paciente concluir as expectativas profissionais e de relacionamento para aí sim decidir ter um filho. Ela pode congelar ainda jovem e decidir engravidar até os 44 anos porque ele não perde a qualidade e já está congelado. Paciente de 30 a 32 anos, quando não tem perspectiva de engravidar nos próximos dois ou três anos, tem a possibilidade de congelar o óvulo. Dos 35 aos 37, quanto antes congelar, melhor”, enfatiza o especialista em reprodução humana.

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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