Vídeo: Bolsonaro aparece pela primeira vez após derrota nas urnas e defende manifestações

Bolsonaro aparece pela primeira vez após derrota nas urnas e defende manifestações

O presidente Bolsonaro falou pela primeira vez após perder as eleições. Ele fez um pronunciamento oficial de apenas dois minutos após surgir sorrindo no saguão do Palácio do Planalto cercado dos apoiadores. O atual presidente defendeu que as manifestações em todo o País ocorrem por parte de pessoas indignadas com o processo eleitoral deste ano, mas criticou movimentos antidemocráticos. Jair defendeu apenas reações pacíficas e declarou que cumprirá a legislação. 

“Somos pela ordem e progresso mesmo enfrentando todo o sistema. Enfrentamos a pandemia, consequências de uma guerra. Sou rotulado como antidemocrático, mas sempre joguei dentro das regras da Constituição, ao contrário do adversário”, disse.

Bolsonaro pediu que os manifestantes não sigam os “métodos” da esquerda que, de acordo com ele, invadem propriedades, destroem o patrimônio e limitam o direito de ir e vir. Ele agradeceu a votação nas urnas no último domingo, 30, e como esperado e anunciado por aliados, não cumprimentou Luís Inácio Lula da Silva (PT) pela vitória.

“Uma honra ser líder de milhões que defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores da bandeira”, afirmou. Ele lembrou que a nova formação do Congresso com apoiadores mostra a adesão popular ao lema Deus, família, Pátria e liberdade, saindo em seguida sem responder às perguntas dos jornalistas.

Diversas entidades classistas e de diferentes segmentos empresariais pressionaram Jair a se manifestar para tentar conter revoltosos que bloqueiam estradas em diversos pontos do País, o que começou a acionar o alerta de desabastecimento de alimentos e combustíveis. Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a  arbitrar multa por cada dia de descumprimento de determinação para liberar as pistas.

A transição de governo nos próximos dois meses seguirá tranquila. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse, em nome de Bolsonaro, que o nome do vice de Lula, Geraldo Alckmin, deve ser oficializado como coordenador desse processo na próxima quinta-feira, 03. “Quando provocados por lei, iniciaremos a transição”, completou brevemente antes de também se retirar do Palácio.

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe de  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Reconhecimento

Ontem, o filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, usou as redes sociais para reconhecer a derrota do pai nas urnas. Os outros filhos e a primeira-dama Michelle Bolsonaro não postaram em nenhuma rede social. Na última postagem nos stories do Instagram, ainda ontem, domingo, 30, ela postou um versículo. “Salmos 117: Louvai ao senhor todas as nações, louvai-o todos os povos. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor”, publicou.

Vídeo do pronunciamento: 

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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