SP: Sem dinheiro para comprar gás, mulher morre ao tentar cozinhar com álcool

Geisa Sfanini, de 32 anos, teve 90% do corpo queimado ao tentar cozinhar com álcool combustível em casa em Osasco, na Grande São Paulo. Ela teve a morte confirmada pela vizinha Mônica Teixeira de Oliveira, de 34 anos, nesta segunda-feira (27).

A vítima estava internada na Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital Geral de Vila Penteado, na Zona Norte de São Paulo. De acordo com Mônica, Geisa passava por dificuldades financeiras e estava sem dinheiro para comprar gás de cozinha.

Bebê de 8 meses também sofreu queimaduras

O filho de Geisa, de apenas 8 meses de idade, também sofreu queimaduras em 18% do corpo, do lado esquerdo do rosto, no braço esquerdo e na perna esquerda. Ele estava internado no pronto-socorro do Hospital Antônio Giglio mas se recuperou e hoje está com o pai.

Geisa e o filho Lucas Gabriel viviam em um quarto e cozinha pagos pela Prefeitura de Osasco, através de um programa de bolsa aluguel, destinado a famílias em situação de vulnerabilidade. Ela estava desempregada e sustentava a casa com cerca de R$ 375 que recebia do Bolsa Família, além de bicos como vendedora de perfume.

Segundo os bombeiros que atenderam a família, não houve explosão nem princípio de incêndio na casa. O fogo produzido pelo etanol causou queimaduras de segundo grau nas duas vítimas.

No local, os agentes encontraram dois tijolos e uma grelha em cima do fogão, que segundo eles era utilizado para tentar cozinhar usando outros produtos de combustão.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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