A batalha judicial entre a Starlink, empresa de internet via satélite do bilionário Elon Musk, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ganhou novos contornos. A empresa apresentou um novo recurso ao STF buscando derrubar a decisão de Moraes que a penalizou com multa e restrições operacionais. A ação judicial, iniciada em julho de 2024, coloca em lados opostos a defesa da liberdade de expressão e o combate à desinformação, reacendendo o debate sobre a regulamentação da internet no Brasil.
A decisão de Moraes, proferida em julho de 2024, determinou que a Starlink removesse de suas plataformas conteúdo considerado ilegal por disseminar fake news e incitar atos antidemocráticos. A empresa também sofreu multa e restrições operacionais no Brasil. A Starlink argumenta que a decisão configura censura prévia e viola o princípio da liberdade de expressão, garantido pela Constituição Federal.
No recurso apresentado ao STF, a Starlink alega que a decisão de Moraes impõe um ônus excessivo à empresa, obrigando-a a monitorar e censurar previamente o conteúdo que trafega em sua rede. A empresa argumenta que não possui controle editorial sobre o conteúdo postado por seus usuários e que a remoção de conteúdo deve ser feita mediante ordem judicial específica, e não por meio de decisão administrativa.
O caso Starlink versus Moraes coloca em evidência a complexa relação entre liberdade de expressão, combate à desinformação e o papel das plataformas digitais nesse contexto. Enquanto a Starlink defende a liberdade de expressão e a não intervenção estatal no conteúdo online, o ministro Moraes argumenta que a disseminação de fake news e discursos de ódio representam ameaça à democracia e devem ser combatidas com rigor.
A decisão do STF no caso Starlink terá repercussões significativas para o futuro da internet no Brasil. Uma decisão favorável à Starlink pode fortalecer a liberdade de expressão online e limitar o poder de ação do governo na regulamentação da internet. Por outro lado, uma decisão favorável a Moraes pode abrir precedente para maior controle estatal sobre o conteúdo online e aumentar a pressão sobre as empresas de tecnologia para atuarem ativamente na moderação de conteúdo.