STF anula condenações de José Dirceu na Lava Jato

STF anula condenações de José Dirceu na Lava Jato

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações decorrentes da Operação Lava Jato contra o ex-ministro José Dirceu (PT) na segunda-feira, 28. A decisão atende a um pedido da defesa de Dirceu, que solicitava a extensão do entendimento da 2ª Turma do STF, que havia declarado a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos julgamentos relacionados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na decisão, o ministro critica a parcialidade de Moro nos julgamentos contra Dirceu, destacando que a operação “encarava a condenação de Dirceu como objetivo para fundamentar as acusações posteriores contra Luiz Inácio Lula da Silva.” Mendes também mencionou a “confraria formada pelo ex-juiz Sergio Moro e os procuradores de Curitiba,” sugerindo que houve uma estratégia ajustada contra os réus.

O ex-ministro José Dirceu ainda tentava anular uma condenação pelo suposto recebimento de propina da empreiteira Engevix no âmbito do esquema de corrupção da Petrobras. O caso havia sido analisado pela Corte em 2022, mas a pena de 27 anos imposta pelas instâncias inferiores foi mantida. No entanto, a defesa de Dirceu havia recorrido da decisão, que aguardava novo julgamento.

Paralelamente, os advogados de Dirceu buscaram a anulação do caso por meio de um habeas corpus apresentado ao STF. Com a decisão de Gilmar Mendes, o processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) perde seu objeto, uma vez que as condenações foram anuladas. Além disso, a decisão devolve a Dirceu seus direitos políticos.

A decisão é sigilosa, mas foi revelada em partes pelo site UOL e confirmada pelo CartaCapital nesta terça-feira, 29. Na decisão, Mendes argumentou que “a extensão, assim, legitima-se não como uma medida geral, que aproveita a qualquer outro investigado na Lava Jato, mas devido a indicativos de que o juiz e procuradores ajustaram estratégias contra esses réus, tendo a condenação de um deles como alicerce da denúncia oferecida contra outro.”

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PF investiga general ligado ao governo Bolsonaro por imprimir plano para matar Moraes, Lula e Alckmin no Planalto

A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Bolsonaro, teria impresso no Palácio do Planalto um “plano operacional” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o plano de três páginas foi encontrado no gabinete da Secretaria-Geral. Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19).

De acordo com a PF, o documento, salvo sob o título “Plj.docx” (referência à palavra “planejamento”), detalhava a execução do plano. Além disso, outros arquivos sensíveis, como “Fox_2017”, “Ranger_2014” e “BMW_2019”, foram localizados na pasta “ZZZZ_Em Andamento”, que a polícia interpretou como um indício de que as ações estavam em fase ativa. Curiosamente, os nomes dos arquivos remetiam a veículos pessoais do general, segundo o relatório policial.

A defesa de Mário Fernandes ainda não se pronunciou sobre o caso.

Operação e alvos

A operação desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal, todos investigados por ligação com um suposto grupo denominado “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais. O grupo é acusado de planejar o assassinato de lideranças políticas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ao todo, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e determinou 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos. Entre os alvos estão Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que apura possíveis tentativas de golpe de Estado relacionadas à eleição de 2022.

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