“STF: Grupo dos Malucos disseminava fake news para atacar ministros e desestabilizar eleições”

STF: ministros eram alvo de fake news feitas por “grupo dos malucos”

Grupo era responsável por desestabilizar o sistema eleitoral brasileiro e atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)

O relatório final da Polícia Federal (PF), que indiciou 37 pessoas — entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, revelou a existência de um grupo responsável por desestabilizar o sistema eleitoral brasileiro e atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) com a disseminação de fake news.

O autodenominado “grupo dos malucos” era comandado pelo ex-segurança de Bolsonaro, Marcelo Araújo Bormevet, policial federal cedido à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) — um dos 37 indiciados pela PF —, sob comando de Alexandre Ramagem. Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército Brasileiro, cedido à Abin na época, também participava da criação e disseminação de informações falsas.

O objetivo era promover a desconfiança nas urnas eletrônicas e alimentar a narrativa de fraude eleitoral, que justificaria o golpe, além de difamar os ministros, os associando a irregularidades e ações ilegais. O grupo utilizava o WhatsApp e redes sociais como o X (antigo Twitter) como vetores para a disseminação rápida e ampla das fake news.

Os principais alvos do “grupo dos malucos” eram os ministros do STF Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.

CRIAÇÃO DE FAKE NEWS

O inquérito da PF apresenta um exemplo da atuação de Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues.

Eles foram os responsáveis por disseminar uma notícia falsa, em agosto de 2021, de que um suposto sobrinho do ministro Barroso estaria envolvido em irregularidades na empresa Positivo, fabricante de urnas eletrônicas. Bormevet, ciente da falsidade da informação, instruiu Giancarlo a “jogar no grupo dos malucos”, demonstrando a intencionalidade do grupo em propagar a mentira.

Um dia após a criação da fake news, Giancarlo Gomes Rodrigues compartilha prints de publicações na rede social X, com o resultado da campanha de desinformação, contendo diversos ataques e vínculos inverídicos contra ministros do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com as investigações, o “grupo dos malucos” tinha conhecimento da minuta do golpe, que seria usado por Bolsonaro para tentar se manter no poder. Além disso, há registros de trocas de mensagens entre Bormevet e Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, que sugerem uma coordenação entre o grupo e o núcleo central da trama golpista.

ABIN PARALELA

Além de indiciado por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, Marcelo Araújo Bormevet é investigado por outro inquérito da Polícia Federal.

Em julho deste ano, Bormevet foi um dos alvos de prisão preventiva na quarta fase da Operação Última Milha, relacionada a espionagem ilegal de autoridades com dados da Abin, na atuação que ficou conhecida da Abin Paralela.

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PT e Centrão dividem relatorias do pacote de corte de gastos na Câmara

PT e Centrão devem dividir relatorias do pacote de corte de gastos

Deputados do PT e do Centrão devem dividir as relatorias da PEC e do
Projeto de Lei Complementar que compõem o pacote de corte de gastos.

A relatoria do pacote de corte de gastos, enviado pelo governo Lula para sinalizar o cumprimento do arcabouço fiscal, deve ser dividido entre deputados do DE na Câmara.

O pacote foi dividido pelo Palácio do Planalto em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um Projeto de Lei Complementar (PLP), ambos protocolados na Câmara nos últimos dias.

Segundo apurou a coluna, a PEC, que trata das novas regras para o abono salarial, deve ter um petista como relator. O mais cotado é o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA).

O parlamentar maranhense é membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e foi o autor do projeto que tratou da transparência para o pagamento das emendas parlamentares.

Já o Projeto de Lei Complementar, que altera as regras do arcabouço fiscal e foi protocolado pelo líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), deve ser relatado por um deputado do DE.

Segundo lideranças petistas, os mais cotados são deputados já ligados a pautas econômicas. Entre eles, Aguinaldo Ribeiro (PB) e Cláudio Cajado (BA), ambos do Progressistas, partido de Arthur Lira (AL).

Por enquanto, o maior entrave para a tramitação do pacote são os votos. Há partidos insatisfeitos com a decisão do ministro do STF Flávio Dino que liberou o pagamento das emendas, mas com restrições.

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