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STF julga nesta terça denúncia que pode tornar Bolsonaro ficha suja

“o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar nesta terça-feira (28), uma denúncia pelo crime de racismo contra o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro. Se a denúncia for aceita, o inquérito será transformado em ação penal e Bolsonaro passa à condição réu. Mas, isso não terá impacto direto na sua candidatura. Pela Lei da Ficha Limpa, condenados não podem concorrer às eleições. Mas, no caso de Bolsonaro, o candidato ainda estará respondendo à ação penal.

Pelos prazos da lei, o STF não deverá finalizar as investigações, com a condenação ou absolvição do réu, até as eleições de outubro. Caso a denúncia seja aceita e Bolsonaro ganhe a eleição, o esperado é que o processo seja paralisado, já que, segundo a Constituição Federal, “o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”. Surgirá, ainda, outra questão. A Constituição diz que, admitida denúncia contra o presidente da República, ele ficará suspenso de suas funções. Se ganhar a eleição, Bolsonaro já terá a condição de réu. Portanto, o STF terá de decidir se ele poderá ou não assumir o cargo.

Caso não seja eleito, Bolsonaro, que hoje cumpre a função de deputado federal, não terá mais mandato a partir do ano que vem e, consequentemente, deixará de ter foro privilegiado. Nesse caso, o processo deverá ser enviado para uma instância inferior e tramitar normalmente. Se houvesse tempo para concluir o julgamento antes da análise do registro de candidatura, uma eventual condenação de Bolsonaro o tornaria inelegível por oito anos. Entre os crimes que podem fazer com que alguém seja enquadrado na Lei da Ficha Limpa está o de racismo.