A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe tem sido apresentada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como um passo necessário para “pacificar o país” e, assim, retomar a normalidade institucional. Observadores da política brasileira duvidam, no entanto, da eficácia dessa medida no sentido de diminuir a ação política, já que poucas mudanças práticas têm sido observadas na postura dos ministros.
Alguns analistas acreditam que a ideia de autorregulação no STF é apenas uma ilusão, uma vez que as decisões controversas continuam a ser tomadas sem uma clara retomada da normalidade institucional. Outros apontam que as relações entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário têm sido cada vez mais tensas, indicando um cenário de constante confronto e controversas.
A repercussão da condenação de Bolsonaro evidenciou a divisão no país, com parcelas da população apoiando a decisão do STF como necessária para conter possíveis excessos em termos de ação política. Por outro lado, há quem veja na condenação um ato de perseguição política, o que pode levar a uma ampliação do embate entre diferentes setores da sociedade.
Os ministros do STF já afirmaram que a condenação de Bolsonaro não é uma ação política, mas sim uma resposta à tentativa de golpe, visando a manutenção da ordem democrática no país. Contudo, a polarização política parece não ter diminuído com essa decisão, sugerindo que a pacificação do país ainda está distante.
Enquanto alguns juristas veem na condenação uma forma de marcar posição contra possíveis ações antidemocráticas, outros apontam que o STF não conseguirá promover mudanças significativas na ação política do governo sem um amplo consenso nacional. Dessa forma, a diminuição da ação política após a condenação de Bolsonaro permanece incerta e sujeita a contínuas análises e discussões.