STF valida limite de idade para ingresso na GCM de São Paulo: entenda o caso

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu de forma unânime que é constitucional o artigo de lei aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo, em 2022, que estabeleceu o limite de 30 anos de idade como requisito para ingresso na Guarda Civil Metropolitana (GCM). A decisão proferida nesta segunda-feira (25) pelo ministro Alexandre de Moraes foi resultado de uma reclamação constitucional ajuizada pela própria Câmara Municipal.

A discussão sobre a constitucionalidade do limite máximo de idade estabelecido na lei municipal surgiu após uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo considerar a norma inconstitucional. No entanto, o STF entendeu que essa limitação está em conformidade com entendimentos anteriores do tribunal, especialmente o Tema de Repercussão Geral n° 646, que trata da possibilidade de estabelecer restrições etárias em concursos públicos ligados à Segurança Pública.

A Procuradoria da Câmara Municipal apresentou argumentos baseados nesse entendimento jurisprudencial do STF para defender a constitucionalidade da lei aprovada pelos vereadores. Segundo o procurador-geral legislativo, Paulo Augusto Baccarin, a norma está em consonância com o que já havia sido decidido anteriormente pela Suprema Corte, o que reforça a legalidade da determinação imposta.

O ministro Alexandre de Moraes, relator da Reclamação Constitucional, acolheu as alegações da Procuradoria Legislativa e confirmou a constitucionalidade do artigo 12, parágrafo 2°, inciso I, da Lei 16.239/2015, com a alteração promovida pela Lei 17.812/2022 do Município de São Paulo. Com isso, a decisão do STF foi favorável à manutenção do limite de idade para ingresso na GCM, sendo considerado um marco importante para a segurança pública na capital paulista.

Os agentes da GCM desempenham um papel fundamental na manutenção da ordem e segurança na cidade de São Paulo, sendo essencial que atendam a requisitos específicos para o desempenho de suas funções. A fixação de critérios como o limite de idade para ingresso na carreira contribui para garantir a eficiência e a qualidade dos serviços prestados pela Guarda Civil Metropolitana, atendendo às demandas da sociedade e respeitando as normas legais estabelecidas. O julgamento do STF reforça a importância da legislação municipal nesse processo de institucionalização e regulamentação das funções relacionadas à segurança pública na cidade DE São Paulo.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Casos de estupro crescem 25% em Campinas: áreas com mais registros. Menina de 10 anos é estuprada e morta em caso chocante.

Casos de estupro crescem 25% em Campinas; veja regiões da cidade com mais registros

Cerca de 70% dos registros são contra menores de 14 anos. Segundo delegado, incidência maior ocorre em bairros com maior vulnerabilidade social.

Registros de estupro crescem 20% em comparação a 2023, em Campinas.

Os registros de estupro cresceram 25% em Campinas (SP) DE janeiro a setembro deste ano, se comparado ao mesmo período de 2023. As áreas de abrangência do 9º e 11º Distritos Policiais (DPs) da metrópole representam 45% dos casos. Veja abaixo o detalhamento.

Considerando apenas os registros de estupro de vulnerável, que se referem aos casos contra menores de 14 anos e pessoas com deficiência, o crescimento é ainda maior: 27% de 2023 para 2024. Veja números:

Total de estupros (janeiro a setembro)

* 2023: 240
* 2024: 302 (+25%)

Apenas estupro de vulneráveis (janeiro a setembro)

* 2023: 172
* 2024: 219 (+27%)

“Cerca de 70% dos casos são os de estupro de vulnerável, ou seja, contra pessoas incapazes ou menores de 14 anos. [Esses casos] via de regra se dão no contexto familiar, ou seja, é aquela criança que por conta de alguma relação próxima, seja familiar ou de contato próximo, tem ali um adulto que pratica esse ato contra ela”, explicou o delegado Elton Costa, da Polícia Civil de Campinas.

REGISTROS POR REGIÃO

Cerca de 45% dos registros de estupros em Campinas foram feitos nas áreas de abrangência do 9º e 11ºDPs, que cobrem a região dos DICs, Jardim Campo Belo, Jardim do Lago e Jardim Campos Elíseos. Veja número de casos por distrito policial de janeiro a setembro de 2024:

* 9º DP (Jardim Campo Belo, DICs e entorno de Viracopos): 69 casos
* 11º DP (Jardim Ipaussurama, Jardim do Lago e Campos Elíseos): 59 casos
* 4º DP (Taquaral, Mansões, Chácara Primavera e Alphaville): 32 casos
* 2º DP (São Bernardo e Swiss Park): 28 casos
* 5º DP (Parque Prado, Nova Europa, Georgina e região): 23 casos
* 6º DP (Novo Campos Elíseos, Jardim Itatinga e Jardim Capivari): 20 casos
* 1º DP (Centro): 16 casos
* 3º DP (Guanabara, Botafogo, Bonfim, Vila Industrial e arredores): 15 casos
* 8º DP (Padre Anchieta, Vila Boa Vista, Parque Via Norte): 11 casos
* 10º DP (Carlos Lourenço, Jardim Guarani, Jardim São Fernando): 11 casos
* 7º DP (Barão Geraldo): 9 casos
* 13º DP (Cambuí): 7 casos
* 12º DP (Sousas): 1 caso

Para o delegado Elton Costa, os casos são mais frequentes no 9º e 11º DP porque eles cobrem bairros e regiões onde há maior vulnerabilidade social. “Vemos que, via de regra, os casos ocorrem com mais incidência em situações de vulnerabilidade social”, explicou.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que está “ampliando os canais para denúncias e investindo em campanhas que incentivam as vítimas a denunciarem os agressores, contribuindo para a redução da subnotificação desses crimes”.

CASO CHOCANTE EM CAMPINAS

Uma menina de 10 anos foi estuprada e morta na noite desta quarta-feira (28) em Campinas (SP). A vítima sonhava em ser ginasta e dava aulas de piano à prima. À EPTV, afiliada da TV Globo, os tios lembraram da criança e demonstraram revolta pelo crime.

> “Menina muito estudiosa, tinha o sonho de ser ginasta. Via as olimpíadas na TV, via as meninas pulando, fazendo as acrobacias de ginasta. Ela ficava brincando no quarto dela, no colchãozinho”, relembrou o tio Ricky Martins.

O principal suspeito é um adolescente de 17 anos, que era amigo do irmão da vítima e frequentava a casa. Ele foi detido após confessar que invadiu o imóvel enquanto a garota estava sozinha. A mãe havia acabado de chegar em casa quando encontrou a filha caída, vestindo apenas uma camiseta, e com vários ferimentos na altura do pescoço e do tronco, que aparentavam ser facadas. A PM e o Corpo de Bombeiros foram acionados, mas ela já estava morta.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp