STJ restabelece condenação de deputado Giuseppe Vecci

A sentença que condenou o ex-secretário estadual e atual deputado federal Giuseppe Vecci pela prática de ato de improbidade administrativa foi restabelecida. A decisão, divulgada na tarde desta terça-feira (04), é do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e atende ao recurso especial feito pelo Ministério Público.

A sentença de primeiro grau foi proferida em maio de 2012 e condenou o então secretário que havia dispensado licitação fora das hipóteses previstas na legislação para contratação direta de empresa de ensino da qual ele é sócio-proprietário, a Faculdade Cambury, para ministrar cursos de aperfeiçoamento a funcionários públicos. A decisão ainda determinou o pagamento de multa civil de 50 vezes o valor da remuneração mensal do cargo que ocupava Vecci e o proibiu de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais por três anos.

Em 2013 um acórdão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) considerou que não houve má-fé nem prejuízo ao erário e entendeu não caracterizar ato de improbidade administrativa a conduta do então secretário. Mas o Ministério Público entrou com recurso e sustentou que, para configurar ato ímprobo descrito na Lei de Improbidade Administrativa, basta o dolo genérico, sendo dispensável a comprovação de qualquer outra finalidade. Ao restabelecer a sentença condenatória, o ministro do STJ, afirmou ser entendimento do órgão, ser suficiente a presença do dolo genérico na conduta do agente, que consiste tão somente na vontade de realizar ato que atente contra os princípios da administração pública.

Em nota, Vecci, que atualmente também é presidente do diretório estadual e vice-presidente nacional do PSDB, disse estar surpreso do restabelecimento da condenação e que irá recorrer da decisão. Ele ainda afirmou que não foi notificado do recurso impetrado pelo Ministério Público de Goiás, mas está sereno e segue confiante de que a Justiça irá esclarecer os fatos.

*-Com informações do Portal Mais Goiás

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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