Subprocuradoria pede novas diligências na morte de Dárik Sampaio: Inquérito volta para investigação na Delegacia de Homicídios

A Subprocuradoria-geral de Justiça requisitou novas diligências para esclarecer a morte do menino Dárik Sampaio da Silva, de 13 anos. Dessa forma, o inquérito voltará para a 3ª Delegacia de Homicídios para que sejam realizadas novas perícias no local onde o atleta de futsal Sub-14 do Sport morreu, com o objetivo de identificar a autoria do disparo que provocou a morte do adolescente.

O adolescente foi vítima de bala perdida durante uma perseguição policial no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife. A decisão acontece depois de o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) rejeitar o pedido de arquivamento da investigação e encaminhar o caso para a Procuradoria-Geral de Justiça.

Inicialmente, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) afirmou que a bala que atingiu Dárik foi disparada por um policial militar, mas não ofereceu denúncia porque não foi possível identificar qual agente de segurança atirou. A perícia constatou que Dárik foi atingido por uma bala de calibre .40, compatível com armas utilizadas pelos policiais que atuaram na ocorrência.

Entre as novas determinações do MPPE, está a realização de uma reconstituição dos acontecimentos para identificar a trajetória da bala que atingiu o garoto, a fim de esclarecer quem efetuou o disparo, tomando como base a posição das viaturas que participaram da ocorrência.

“A princípio, a família está satisfeita pelo desfecho dessa resposta do Judiciário e do Ministério Público em relação ao arquivamento, pelo fato de que será feita a reanálise de todos os fatos, inclusive com a reprodução simulada dos fatos e com perícias para descobrir de onde partiu o tiro que causou a morte de Dárik”, disse o advogado da família do adolescente, Walter Reis.

Reis destacou que, apesar de não haver uma data marcada para que ocorra a reprodução do que aconteceu, a família espera que a reconstituição dos fatos contribua para solucionar a autoria do crime.

“Justiça nega arquivamento de inquérito sobre morte de Dárik.
Relembre o caso: Na noite de 16 de março de 2024, na Rua Professora Arcelina Câmara, no bairro do Jordão, Dárik estava com duas colegas na frente da casa de uma delas quando foi atingido por disparos de arma de fogo. A ação foi filmada por uma câmera de segurança. Segundo a Polícia Militar (PM), agentes do 6º Batalhão foram acionados para uma ocorrência de roubo de carro, que foi rastreado em Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes. Os policiais foram ao local e avistaram o carro, mas os criminosos começaram uma fuga ao perceberem a presença dos policiais militares, o que deu início à perseguição.

De acordo com a PM, a perseguição foi até uma rua sem saída, onde Dárik estava e, conforme a corporação, os bandidos começaram a disparar contra os policiais, que revidaram. Dois homens conseguiram fugir e outros dois foram detidos. No carro, a polícia disse que achou duas armas de fogo, sendo uma calibre 12 e um revólver calibre 38. Dárik e as colegas chegaram a entrar na casa de uma delas para se proteger, mas ele já tinha sido atingido na perna e na cintura. Segundo parentes de Dárik, havia duas viaturas da PM na perseguição, mas nenhuma delas parou para socorrê-lo. A PM informou que “agiu com prontidão” ao encontrar Dárik gravemente ferido. No entanto, não respondeu porque ele foi levado na mala da viatura.

Vídeos: Mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias.
Destacam-se os vídeos de perseguição policial que matou o adolescente Dárik. Justiça nega arquivamento de inquérito sobre a morte do atleta do DE, evidenciando a necessidade de novas diligências para investigar o caso em detalhes e buscar justiça para a família e a comunidade afetada.

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