Subsecretário da Seap afastado por suspeita de corrupção na prisão

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A Justiça determinou o afastamento de um subsecretário da Secretaria de Administração Penitenciária (DE) por suspeita de corrupção. Um preso denunciou que estava sendo coagido e pressionado a pagar propina a fim de conseguir um laudo médico e ser beneficiado com prisão domiciliar. Os pedidos, segundo ele, chegaram a R$ 600 mil.

Na decisão da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa, foram afastados o subsecretário de Tratamento Penitenciário, Lúcio Flávio Correia Alves, e os inspetores Thiago Franco Lopes, Aleksandro dos Santos Rosa e Márcio Santos Ferreira. A Seap disse que foi notificada e que vai cumprir todas as determinações.

O caso foi revelado pelo RJ2 em dezembro. O detento Cleiton Oliveira Meneguit enviou cartas à Justiça com detalhes do suposto esquema. “Abutres que só querem tirar proveito. Estou sendo coagido a todo momento”, escreveu.

Cleiton é obeso e precisou fazer uma cirurgia para reduzir o estômago. Um laudo lhe daria o direito de prisão domiciliar, para ele se recuperar em casa por 4 meses. Ele contou que foi retirado da cela 2 vezes para tratar dos pedidos. “Eles já me tiraram duas vezes para me exigir R$ 600 mil para me vender ou dar um laudo favorável”, relatou.

O detento contou, em depoimento, que antes do episódio de extorsão, ele já vinha sendo coagido e obrigado a pagar quantias para um grupo de funcionários. As transferências bancárias foram enviadas à Corregedoria para comprovar os pagamentos. A vítima denunciou que havia uma organização criminosa, formada por policiais penais, atuando dentro da prisão.

O ex-diretor do hospital, Thiago Franco Lopes, disse que nunca ouviu falar de esquema nenhum de laudos. Falou que era diretor da unidade há 3 anos e que espera que a investigação mostre que nada de irregular foi feito. Segundo Thiago Franco, o preso não foi beneficiado por nada e tudo não passa de uma guerra política dentro da Seap. A Fundação Saúde disse que, ao tomar conhecimento da investigação, determinou à empresa que presta serviço para a unidade o afastamento imediato dos três profissionais suspeitos, citados na sindicância. Procurados, os advogados Mônica Carvalho e Tarcísio Ayres não responderam. O RJ2 não conseguiu contato os outros citados na reportagem.

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