Superfaturamento na rodovia do Muquém durante governo de Marconi supera R$ 5 milhões

Em cálculos iniciais, o Tribunal de Contas do Estado de Goiás apontou um superfaturamento de R$ 5,22 milhões em obras executadas na Rodovia do Muquém, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), em contrato de 2017, ainda durante o governo de Marconi Perillo (PSDB).

O TCE-GO, em processo julgado nesta quinta-feira, 4, determinou que a Codego tome providências para impedir que o prejuízo aos cofres públicos se tornem definitivos, além da aplicação de multa de R$ 44 mil ao então presidente Júlio Cézar Vaz de Melo, e outros três dirigentes da estatal: Izelman Oliveira da Silva, José Arnaldo Valle Martins e Eduardo Martins Abrão Filho, como consta na decisão “Acordão” de 2021, disponível em PDF no site do tribunal. clique aqui

O processo surgiu após denúncia recebida pela ouvidoria do TCE-GO, sobre irregularidades nos serviços relativos às obras de prolongamento de bueiros tubulares, celulares e nas passarelas de romeiros na Rodovia GO-237, trecho Niquelândia-Muquém, com 39,5 km de extensão. O valor do contrato da Codego com a Centro Leste S/A é de R$ 19.172.965,69, que foi reduzido para R$ 18.328.683,38.

Em 2018, a primeira inspeção comprovou a veracidade das denúncias e o tribunal ordenou, por meio de medida cautelar, a suspensão do pagamento à empreiteira. Os fiscais encontraram erosões no asfalto, má qualidade e a consequente perda dos serviços feitos. Além disso, passarelas foram feitas de modo diferente do contrato e foram usados materiais inferiores, distintos dos previstos.

A Codego tentou se defender e pediu a suspensão da medida cautelar. Para não prejudicar o cronograma da obra, o tribunal decidiu revogar parcialmente a medida, liberando parte dos pagamentos, até o valor de R$ 10 milhões que continuaram retidos. Na sequência, a fiscalização continuou encontrando irregularidades, como asfalto sem a espessura necessária. O dirigente da empreiteira pediu tempo para dar explicações, mas não o fez.

Em nota conclusiva, o Serviço de Engenharia e Infraestrutura do TCE-GO indicou portanto o superfaturamento, com os valores a serem descontados dos pagamentos, de mais de R$ 5 milhões.

Imagem: Mapio.net

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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