A Bahia enfrenta um sério problema de superlotação em suas unidades prisionais, com mais de 60% dos presídios registrando uma população carcerária acima da capacidade. O Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul do estado, foi palco da fuga de 16 detentos, e até o momento, nenhum deles foi recapturado. Além disso, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária informou que, das 27 unidades prisionais da Bahia, 18 estão superlotadas, evidenciando a gravidade do problema.
A situação se agrava ao constatar que, das mais de 11 mil vagas disponíveis nas cadeias baianas, a quantidade de detentos ultrapassa 13.600, totalizando 2.650 presos acima da capacidade do sistema. Unidades como o Conjunto Penal de Feira de Santana e o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas apresentam números alarmantes, com presos muito acima do limite estabelecido, o que evidencia a necessidade de medidas urgentes para solucionar a superlotação.
Reivon Pimentel, presidente do Sindicato dos Policiais Penais, destaca a falta de contingente de agentes para garantir a segurança nas unidades, considerando a proporção de presos por policial penal muito acima dos padrões recomendados. A Comissão de Sistema Prisional da OAB-BA acompanha com preocupação a situação e cobra ações para aumentar o quadro de funcionários, melhorar as condições das prisões e criar novas vagas.
A fuga dos 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis foi marcada por uma ação coordenada entre os internos e um grupo armado que invadiu a unidade. As autoridades seguem em busca dos fugitivos, enquanto a Polícia Militar relata ações simultâneas que facilitaram a fuga dos detentos pelo teto de uma cela e com o apoio dos criminosos armados. O objetivo da ação era resgatar líderes de facções criminosas, aumentando ainda mais a gravidade da situação.
A superlotação nas prisões da Bahia é uma realidade nacional, com o estado ocupando a décima sétima posição entre os mais superlotados do país. A Secretaria de Administração Penitenciária ressalta que está realizando obras e entregas em unidades prisionais, buscando ampliar a capacidade e garantir melhores condições para os detentos. A megaoperação que resultou na prisão de mais de 600 pessoas demonstra o esforço das autoridades para combater a criminalidade e manter a segurança no estado.