A última superlua de 2023 iluminará o céu noturno, a depender das condições climáticas. Essa será a segunda Lua cheia apenas em agosto, recebendo o nome de Lua Azul. O fenômeno poderá ser visto no céu de Goiás a partir de 22h35 desta quarta-feira, 30. Ao Diário do Estado (DE), astrônomos explicam o fenômeno e frequência com que ocorre.
De acordo com o diretor da Instituição de Astronomia Plêiades do Sul, Ary Martins, a superlua é a “coincidência da Lua em sua fase cheia com a Lua na sua posição orbital mais próxima da Terra”. “Esse é um conceito que foi elaborado por um astrólogo, não foi nem um astrônomo, ali nos anos ’70, mas astronomicamente falando é essa coincidência”.
O astrônomo cultural do instituto Gunstar Team, Clayton Gubio, explicou o fenômeno. “A superlua acontece praticamente todos os anos. Algumas tem aproximações maiores do que outras, por isso elas recebem um ‘apoio adicional’, um engajamento a mais. Essa de agosto, que acontece entre hoje e amanhã, é muito especial porque, além de ser uma superlua, também é uma Lua azul, sendo esse o diferencial”, disse.
Entretanto, apesar de receber o nome acompanhado de uma cor, a Lua não recebe esse nome por ser azul. O termo vem do folclore estadunidense, o Blue Moon. “É um termo que significa sorte. Então, quando tem duas luas cheias no mesmo mês a pessoa fala assim ‘nossa, tive uma sorte de ter duas luas cheias’. Para a maioria das pessoas, a Lua cheia é a mais bonita, mais romântica, além de ser boa para pescar, tem uma série de outros fatores culturais embutidos”, explica Clayton.
Segundo Clayton, a lua não fica azul nem maior. Na verdade, a Lua fica mais próxima da Terra, a uma distância de 357.181 km, e por isso, fica visualmente maior e mais brilhante. Normalmente, o astro fica cerca de 384.400 km do planeta. Ele informa também que outra superlua como essa só acontecerá em 2037.
Ary explica que esse fenômeno é chamado de perigeu. “Do grego ‘peri’, que significa próximo, e ‘geo’, que significa Terra. Então, essa coincidência do perigeu, que é o momento de aproximação da Lua com a Terra”, diz.
Apesar de não ser o caso, o astrônomo informa que a Lua pode sim ficar azul, dependendo de fatores naturais. “Uma última Lua azul muito bem registrada, foi durante a erupção do vulcão Krakatoa. A NASA fez imagens lindas de uma Lua azul, mas por conta de certas partículas que o vulcão expeliu e que cobriu parte da luz da Lua, que é a do Sol, ou seja, todas as cores do espectro, portanto, essas partículas tornaram a cor azulada”, afirmou.
Horário e onde ver a superlua
O fenômeno poderá ser visto ao longo da noite entre os dias 30 e 31 de agosto, mas o instante exato dependerá do fuso horário de cada região. Em Goiás, o evento será às 22h35, assim como em todos os outros Estados que seguirem o horário de Brasília. O Acre, por exemplo, tem fuso -4, portanto o horário da Lua cheia será às 21h35.
O fenômeno poderá ser visto a olho nu, mas segundo Ary, do ponto de vista observacional, para leigos a diferença não é tão evidente no que se refere ao tamanho e brilho, entretanto, a diferença é sim perceptível. “Se você faz um mosaico e coloca a Lua cheia comum ao lado da superlua, dá para perceber o aumento no tamanho do disco lunar e brilho. Em números, durante o fenômeno, a Lua fica 30% mais brilhante e 14% maior.”, afirmou
Para aqueles que buscam uma experiência ainda melhor, o astrônomo do instituto Gunstar Team informou que a equipe do instituto Gunstar Team estará no Morro do Além a partir das 18h. “Ficaremos lá até as 20h, talvez 21h se o clima nos permitir. Levaremos vários telescópios e muita animação para ver a superlua azul”, disse entusiasmado.
Há também uma outra alternativa, promovida pela Instituição de Astronomia Plêiades do Sul, que acontece no Cine Ritz.