A Supervia DE, concessionária do sistema de trens do Rio de Janeiro, teve mais de 62 quilômetros de fios roubados de janeiro a novembro de 2024. É fio suficiente para dar quase 8 voltas na Lagoa Rodrigo de Freitas, por exemplo. Apesar do número alto, houve queda em relação a 2023, quando foram furtados 85.128 metros de cabos. O crime, além de gerar prejuízo financeiro, afeta o dia a dia dos passageiros que dependem do transporte. A malha ferroviária urbana do Rio de Janeiro tem 270 quilômetros, cinco ramais, três extensões e 104 estações. Ao todo, os trens do estado transportam cerca de 300 mil pessoas por dia útil.
De acordo com a Supervia, houve investimento em iniciativas de segurança, como o uso de uma solução de cerâmica com nanomarcadores feita exclusivamente para a empresa – o que tira o valor comercial dos fios. A tecnologia permite também saber a origem do fio, mesmo se o receptador queimá-lo ou raspá-lo, que são práticas comuns entre os criminosos. Além disso, a SuperVia vem contando com mais colaboradores e agentes do Proeis (Programa de Integração de Segurança, da Polícia Militar). A empresa e o poder público esperam que o período de transição sirva para reorganizar o transporte antes da realização de uma nova licitação. No total, o processo terá o investimento de R$ 450 milhões, sendo R$ 300 do governo estadual e R$ 150 da Supervia.
No dia 17 de dezembro, os usuários do ramal Belford Roxo tiveram que enfrentar 9 estações de trens fechadas por conta do roubo de 600 metros de cabos de energia da Supervia. A concessionária afirmou que pelo menos 10 homens armados invadiram a linha do trem nas proximidades da Pavuna, na Zona Norte, e cometeram o crime durante a madrugada. Por conta disso, as estações ficaram 10 horas fechadas. A Justiça do Rio de Janeiro homologou o acordo entre a Supervia e o Governo do Estado para a transição da gestão dos trens urbanos até a realização de uma nova licitação. O processo deve durar entre 6 e 9 meses. A decisão é da 6ª Vara Empresarial da Capital.