Supla e Inocentes inauguram rodas punks no The Town com protestos e hits no segundo dia do festival

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Supla e Inocentes inauguram rodas punks no 2º dia do The Town, pedem fim da escala 6×1 e tocam até Harry Styles

Ícone do punk paulista apresentou show com discurso político e repertório diverso neste domingo (7).

Supla canta ‘As it was’, cover de Harry Styles, no The Town

O show de abertura do segundo dia do The Town, dedicado ao punk e ao rock, teve um momento inusitado neste domingo (7): Supla apresentou uma versão de “As It Was”, de Harry Styles, no palco The One. O show também ganhou tom de protesto com a participação dos Inocentes, que pediram o fim da escala 6×1 e levantaram bandeiras políticas.

Os Inocentes abriram a apresentação do segundo dia do festival com a música “Rotina” e pediram o fim da escala 6×1, em referência à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara dos Deputados. O texto prevê extinguir o modelo atual e instituir a jornada de quatro dias de trabalho e três de descanso, com limite de 36 horas semanais.

A banda também declamou “Palestina Livre” e fez referência ao Dia da Independência, celebrado neste domingo. “Hoje é 7 de setembro, Dia da Independência, e os verdadeiros patriotas estão aqui”, afirmou o líder da banda, Clemente Tadeu.

Na sequência, Supla subiu rapidamente ao palco, usando uma máscara vermelha e empunhando uma bandeira com a imagem do Congresso Nacional e os dizeres: “Salve-se quem puder!”.

Neste momento, o público gritou em coro: “Sem anistia”. Na mesma tarde, apoiadores de Jair Bolsonaro protestaram na Avenida Paulista pedindo anistia pelos crimes de 8 de janeiro, quando um grupo de extremistas invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes.

Antes de chamar Supla de volta ao palco, os Inocentes tocaram “São Paulo”, música que fala sobre a solidão urbana, típica de uma grande metrópole. Era a deixa que o “Papito” — apelido de Eduardo Smith de Vasconcellos Suplicy, o Supla — esperava.

Ícone da cultura pop paulistana, Supla e os Inocentes, banda fundada na periferia da Zona Norte da cidade, sabiam bem para quem se apresentavam: um público misto, formado pela galera das antigas e jovens nascidos depois de 1995.

Nos últimos anos, o artista atraiu a atenção e os seguidores da geração Z com vídeos nas redes sociais, em que respondia a perguntas de todos os tipos sempre de forma direta, com algumas palavras em inglês e pitadas de humor.

Assim, renovou parte de seu público, que percebeu que o punk (quase) sessentão continua descolado. Neste domingo, até quem não conhecia tão bem o repertório — que incluiu “O Charada Brasileiro”, “Green Hair (Japan Girl)” e o lançamento “Livre” — parecia curioso para ver de perto o “Papito”.

Supla retribuiu: pulou, gritou, tocou trompete e encerrou com a versão de “As It Was”, de Harry Styles, que colocou o público jovem para dançar, enquanto os fãs das antigas torceram o nariz.

No fim, o show deixou claro que o punk segue vivo em São Paulo — seja no protesto político dos Inocentes, seja na irreverência de Supla, capaz de transformar até um hit pop em combustível para rodas punk.

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