Supremo condena 24 réus por tentativa de golpe; Bolsonaro tem maior pena

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O DE já condenou 24 réus no julgamento da tentativa de golpe; pena de Bolsonaro é a maior

A Primeira Turma do tribunal concluiu nesta terça-feira (18) o julgamento do chamado núcleo 3. General foi o primeiro absolvido entre os denunciados por tentativa de golpe.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (DE) já condenou 24 réus pela tentativa de golpe de estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022.

Trama golpista: Moraes vota para condenar 9 e absolver general

A maioria foi condenada por cinco crimes:
* tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
* golpe de Estado;
* participação em organização criminosa armada;
* dano qualificado; e
* deterioração de patrimônio tombado.

As penas vão de 1 ano e 11 meses a 27 anos e três meses de prisão.

Até agora, o único absolvido o general da reserva Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército.

O general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira foi o único denunciado pela tentativa de golpe absolvido pelo DE. — Foto: Comunicação Social do Comando de Operações Terrestres

A partir do dia 9 de dezembro, o Supremo vai julgar os últimos seis réus, que formam o chamado núcleo 2.

Esse grupo teria realizado o “gerenciamento de ações” da organização golpista e é composto por seis réus:
* Fernando de Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF;
* Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência;
* Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro;
* Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
* Mário Fernandes, general da reserva do Exército;
* e Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal.

Por 4 votos a 1, a Primeira Turma entendeu que ficou comprovada a atuação de uma organização criminosa que atuou para manter Bolsonaro e:
* agiu para minar a confiança da sociedade nas urnas eletrônicas
* pressionou militares para aderirem à ruptura institucional
* usou a máquina pública contra adversários, num esquema que envolveu espionagem ilegal e disseminou dados falsos, além de ter atacado o judiciário;
* traçou plano golpistas que previam até a prisão e morte de autoridades.

Esses atos, no entendimento do Supremo, culminaram nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes em Brasília.

Considerado o líder da organização criminosa, Bolsonaro teve a maior pena: 27 anos e três meses de prisão. Essa foi a primeira vez que um ex-presidente foi condenado por atentar contra a democracia e teve o nome incluído no rol dos culpados.

O núcleo crucial foi considerado o responsável pelo planejamento e articulação dos atos golpistas.

Além de Bolsonaro, foram condenados:
* Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor da Abin)
* Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
* Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública)
* Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
* Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do presidente)
* Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
* Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)

O núcleo da desinformação desempenhou ações essenciais para articular a tentativa de golpe, elaborando e disseminando informações falsas, além de atacarem autoridades para tentar provocar uma ruptura institucional.

Foram condenados:
* Ailton Moraes Barros (ex-major do Exército)
* Ângelo Denicoli (major da reserva do Exército)
* Giancarlo Rodrigues (subtenente do Exército)
* Guilherme Almeida (tenente-coronel do Exército)
* Reginaldo Abreu (coronel do Exército)
* Marcelo Bormevet (agente da Polícia Federal)
* Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)

Esse grupo é acusado de atuar para a ruptura institucional, como os planos para monitorar e até assassinar autoridades como o presidente Lula e o vice, Geraldo Alckmin.

* Bernardo Romão Correa Netto (coronel do Exército)
* Fabrício Moreira de Bastos (coronel do Exército)
* Márcio Nunes de Resende Jr. (coronel do Exército) – pode negociar acordo com a PGR, caso confesse o crime
* Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel do Exército)
* Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel do Exército)
* Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel do Exército)
* Ronald Ferreira de Araújo Jr. (tenente-coronel do Exército) – pode negociar acordo com a PGR, caso confesse o crime
* Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel do Exército)
* Wladimir Matos Soares (agente da Polícia Federal)

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